XP Investimentos é investigada após prejuízo milionário de cliente
Ministério Público Federal aciona a CVM para apurar possível falha sistêmica na corretora após investidor relatar perda de R$ 1,5 milhão em 12 dias
A XP Investimentos está sob investigação do Ministério Público Federal (MPF) após um cliente relatar um prejuízo na cada do R$ 1,5 milhão em operações realizadas supostamente sem sua autorização. O caso reacende o debate sobre a conduta de assessores de investimentos e os mecanismos de proteção ao investidor no mercado financeiro brasileiro.
De acordo com a denúncia, o assessor credenciado pela XP teria alterado o perfil do cliente de “conservador/moderado” para “agressivo/qualificado” sem consentimento, abrindo margem para operações de alto risco na bolsa de valores.
O resultado foi um prejuízo exato de R$ 1.564.914,47 em apenas 12 dias — perdas que, segundo o investidor, poderiam ter sido evitadas caso seu perfil original fosse respeitado.
Decisão do MPF é desfavorável à XP
O caso havia sido arquivado inicialmente sob a alegação de ausência de lesão coletiva, o que limitaria a atuação do MPF a questões individuais. No entanto, após recurso do cliente, o procurador José Elaeres Marques Teixeira reconheceu a gravidade da denúncia e votou pela reabertura das investigações. A decisão foi acatada por unanimidade pela 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF.
A deliberação aponta que o episódio pode não ser isolado, levantando a suspeita de uma falha sistêmica na atuação de assessores da XP — hipótese que justifica a análise de eventual dano coletivo ao consumidor.
CVM será acionada para investigar o caso
O MPF irá comunicar formalmente a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que deverá apurar se a corretora infringiu normas de conduta e proteção ao investidor. A autarquia também investigará a existência de outros casos semelhantes, o que pode agravar a situação da XP caso se confirmem práticas abusivas recorrentes.
A decisão do MPF reforça a necessidade de vigilância sobre o mercado de investimentos, especialmente em instituições de grande porte, para prevenir danos aos clientes e assegurar a integridade do sistema financeiro.
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