Vendas do varejo se estabilizam em junho, revela IBGE
As vendas do varejo no Brasil permaneceram inalteradas (0,0%) no mês de junho em comparação a maio, após terem experimentado uma redução no mês anterior, de acordo com os dados liberados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (9). Em relação a junho de 2022, houve um aumento de 1,3%. No acumulado […]

As vendas do varejo no Brasil permaneceram inalteradas (0,0%) no mês de junho em comparação a maio, após terem experimentado uma redução no mês anterior, de acordo com os dados liberados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (9).
Em relação a junho de 2022, houve um aumento de 1,3%. No acumulado do ano, o indicador registrou um incremento de +1,3%, enquanto nos últimos 12 meses, houve um aumento de 0,9%. Desse modo, o desempenho em junho ficou aquém da expectativa do mercado, que antecipava um aumento mensal de 0,4%.
Cristiano Santos, gerente da pesquisa realizada pelo IBGE, observou em um comunicado que o desempenho do setor varejista vem diminuindo desde janeiro. “O primeiro semestre teve um aumento principalmente devido ao crescimento expressivo em janeiro, que foi de 4,1%. Após janeiro, os resultados têm sido mais modestos, com variações mais próximas de 0%”, disse.
Dentre as oito categorias analisadas na pesquisa, quatro registraram aumento no primeiro semestre. O setor de combustíveis e lubrificantes foi um dos principais impulsionadores do crescimento das vendas varejistas.
No primeiro semestre de 2023, essa categoria acumulou um ganho de 14,5% em relação ao mesmo período de 2022, com um aumento de 21,1% nos últimos 12 meses. Santos justificou esse cenário de expansão pela mudança na política de preços no ano anterior, que continuou este ano.
Outra categoria que contribuiu positivamente para o resultado das vendas varejistas foi a de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e tabaco. Essa categoria acumulou um crescimento de 2,6% no ano até junho, com destaque para o resultado de abril, que registrou um aumento de 3,6%. O pesquisador observou que o ambiente ainda é desafiador para a perspectiva de consumo no varejo, especialmente em relação ao crédito e às taxas de juros.
As categorias de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,2%) e Móveis e eletrodomésticos (1,0%) também registraram aumento no primeiro semestre.
Por outro lado, as categorias que tiveram queda nas vendas até junho de 2023 foram destacadas, sendo a mais significativa a de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que teve uma queda acumulada de 13,7%. Essa categoria engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, entre outros, e tem sido afetada por crises contábeis, resultando no fechamento de estabelecimentos de grandes cadeias.
As demais categorias que registraram queda no primeiro semestre foram Tecidos, vestuário e calçados (-9,0%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,7%); e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-0,7%).
Comércio ampliado
As vendas no setor de varejo ampliado, que abrange automóveis, motocicletas, peças e componentes, bem como materiais de construção, aumentaram em 1,2% em junho em relação a maio. Em comparação com junho de 2022, houve um crescimento de 8,3%, resultando em uma expansão de 4,0% no primeiro semestre. Nos últimos 12 meses, o crescimento acumulado foi de 1,1%.
Dentre as diversas atividades, o segmento de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e tabaco foi um fator impulsionador do crescimento no semestre, apresentando um aumento significativo de 8,3%. As vendas de veículos, motocicletas e peças também tiveram um aumento de 5,4%, enquanto o setor de materiais de construção registrou uma queda de 3,6% no acumulado do ano até junho.
Variação anual nas vendas do varejo
Em junho de 2023, em comparação com junho de 2022, houve um aumento de 1,3% no setor de comércio varejista. Dentre as atividades, quatro delas experimentaram crescimento: Combustíveis e lubrificantes tiveram um aumento de 9,9%, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria cresceram 3,8%, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentaram um aumento de 3,1%, enquanto o segmento de Móveis e eletrodomésticos teve um crescimento de 2,6%.
Por outro lado, houve quedas em algumas atividades: Outros artigos de uso pessoal e doméstico caíram 14,9%, Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação tiveram uma redução de 8,9%, Tecidos, vestuário e calçados registraram uma queda de 6,3%, e o setor de Livros, jornais, revistas e papelaria teve uma diminuição de 3,5%.
No âmbito do comércio varejista ampliado, o crescimento foi de 8,3% em relação a junho de 2022. Entre as atividades complementares, duas delas tiveram aumento: Veículos e motos, partes e peças cresceram 17,9%, e o Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou um aumento de 21,2%. No entanto, o setor de Material de construção teve uma redução de -2,7%.
Regiões
Na análise por região, a atividade de vendas no varejo registrou desempenhos favoráveis em 22 das 27 unidades estaduais do Brasil. Notavelmente, Alagoas (2,7%), Acre (2,6%) e Paraíba (2,2%) apresentaram os maiores crescimentos. No entanto, entre as quatro unidades federativas que apresentaram queda, os declínios mais significativos ocorreram em Minas Gerais (-1,3%), Tocantins (-0,9%) e Pernambuco (-0,9%).
Ao considerar o setor varejista em sua totalidade, a expansão ocorreu em 25 das 27 unidades, com especial destaque para Maranhão (7,6%), Alagoas (6,7%) e Bahia (6,6%). Por outro lado, Tocantins (-1,1%) e Pernambuco (-1,8%) foram as unidades que registraram taxas negativas de crescimento no comércio varejista ampliado.