A União Europeia (UE) está de olho nas grandes empresas de tecnologia, também chamadas de bigh techs, e Elon Musk está no centro das atenções do bloco desta vez. Isso porque a empresa X (anteriormente conhecida como Twitter), comprada por Musk em 2022, está sendo acusada de enganar os usuários e de violar as regras de conteúdo digital da UE.

Nesta sexta-feira (12), a Comissão Europeia, o braço executivo do bloco, divulgou resultados preliminares da investigação contra a empresa do bilionário.

Vale lembrar que a investigação contra a rede social X foi iniciada no ano passado, tendo como objetivo avaliar se a empresa está em desacordo com a nova legislação da União Europeia, a Lei dos Mercados Digitais (DMA), que entrou em vigor em fevereiro deste ano.

Até o momento, os resultados preliminares apontam que a empresa violou as regras do bloco relacionadas à transparência de dados e de publicidade na plataforma.

“Na nossa avaliação, o X não cumpre com as regras da DMA em questões-chave sobre transparência ao usar os padrões obscuros e, assim, enganar usuários, ao não fornecer um armazenamento de publicidade adequado e ao bloquear o acesso aos dados”, afirmou Margrethe Vestager, funcionária sênior da Comissão Europeia.

Se for confirmada a veracidade das violações, a Comissão Europeia poderá multar a empresa em até 6% do faturamento anual da big tech. Até agora, o X ainda não se pronunciou sobre as acusações. 

Mais detalhes sobre as violações do X

Segundo os reguladores, o X desrespeitou as normas sobre os chamados padrões obscuros, que são estratégias enganosas que levam usuários a certos produtos e serviços. A Comissão Europeia avalia que a empresa implementa recursos de design e barreiras que dificultam a transparência da publicidade.

Além disso, a Comissão aponta que a rede social não está em conformidade com as regras de transparência e de acesso a dados para pesquisadores. Outra violação da DMA identificada pelos reguladores é a possibilidade de obter o selo de verificação por meio de pagamento na plataforma X, o que engana os usuários.

“Como agora qualquer um pode obter o status de verificado, [a ferramenta] afeta negativamente a capacidade dos usuários de fazer uma avaliação informada sobre a autenticidade das contas e dos conteúdos compartilhados”, dizem os reguladores.

A comissária da UE para a concorrência, Margrethe Vestager, acrescentou que há evidências de que “atores maliciosos” estão abusando do status de verificado para enganar usuários.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.