Em um discurso de posse carregado de promessas audaciosas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu início ao seu segundo mandato com um compromisso de reformular o país e recuperar o prestígio da América no cenário global. Em sua fala, Trump não apenas enfatizou a criação de uma “Era Dourada” para o país, mas também delineou uma série de ações executivas que buscarão transformar áreas-chave de sua administração, incluindo segurança de fronteira, imigração e políticas econômicas.

O discurso de posse: o início de uma “Era Dourada”

Após fazer o juramento de posse na Rotunda do Capitólio, em Washington, Trump iniciou seu discurso destacando a crise de confiança que, segundo ele, aflige o governo dos EUA. A afirmação de que o país seria a “inveja de todas as nações” e que a América “floresceria novamente” foi acompanhada de promessas de uma reformulação radical da política interna e externa.

“Enquanto nos reunimos hoje, nosso governo enfrenta uma crise de confiança”, afirmou Trump. “De hoje em diante, nosso país florescerá e será respeitado novamente em todo o mundo. Seremos a inveja de todas as nações, e não permitiremos mais que nos aproveitem.”

Trump sublinhou que seu governo buscaria resolver questões internas como a gestão de crises domésticas, além de resolver o que ele considera uma sucessão de “eventos catastróficos” no exterior, que afetaram a imagem e a influência dos Estados Unidos. O discurso refletiu o tom populista que caracteriza sua administração, com foco em políticas nacionais que visam principalmente a melhoria da segurança e a reforma da economia.

Primeiras ações executivas

Nos primeiros dias de seu segundo mandato, Trump já anunciou uma série de decretos executivos que terão impacto imediato. Um dos pilares de sua administração será a reformulação das políticas de imigração. Entre as primeiras ações, Trump prometeu intensificar a repressão às travessias ilegais na fronteira com o México e tomar medidas drásticas para remover migrantes indocumentados já presentes no país.

De acordo com fontes da Casa Branca, Trump pretende declarar uma emergência nacional na fronteira, o que permitirá reforçar a segurança e alterar as regras que atualmente permitem que migrantes indocumentados aguardem suas audiências de asilo dentro do país. Ele também planeja suspender por seis meses as admissões de refugiados e colocar fim à cidadania automática para filhos de migrantes que não estão legalmente nos EUA.

Além disso, o presidente pretende reverter as regulamentações ambientais da era Biden e liberar a produção doméstica de petróleo e gás, incluindo a autorização para o desenvolvimento desses recursos em terras federais. A “emergência energética” proposta por Trump visa acelerar a exploração de recursos naturais e impulsionar a independência energética do país, um ponto chave de sua agenda econômica.

Em uma movimentação ainda mais controversa, Trump anunciou ações executivas voltadas a questões culturais. O presidente declarou que, a partir de agora, os Estados Unidos reconheceriam apenas dois sexos — masculino e feminino — em contrapartida aos esforços de inclusão e diversidade promovidos pela administração anterior. Além disso, ele encerrou os esforços de diversidade, equidade e inclusão no governo federal, que estavam sendo impulsionados por políticas do governo Biden.

Desafios legais e retorno ao poder

O retorno de Donald Trump ao poder marca um feito significativo, considerando os desafios legais enfrentados durante e após sua primeira presidência. Acusado de envolvimento em diversos processos criminais, incluindo quatro acusações — uma das quais resultou em sua condenação — Trump superou esses obstáculos legais e emergiu mais forte do que antes.

Durante sua campanha, Trump já havia sinalizado que sua vitória seria um divisor de águas para os EUA. Ao retomar o cargo, ele não apenas se sobrepôs a desafios legais, mas também conseguiu derrotar uma série de oponentes nas primárias republicanas e desbancar o ex-presidente Joe Biden. No entanto, os desafios continuam, já que seu governo enfrentará investigações contínuas, incluindo as relacionadas à sua derrota nas eleições de 2020.

Cenário econômico e apoio empresarial

No campo econômico, Trump se viu respaldado por um significativo apoio de líderes empresariais, muitos dos quais se fizeram presentes na cerimônia de posse. Entre eles, figuras como Jeff Bezos (Amazon), Mark Zuckerberg (Meta) e Elon Musk mostraram-se favoráveis às políticas de Trump, que visam reduzir regulamentações e promover cortes de impostos.

Essas promessas de políticas favoráveis ao mercado atraíram o apoio de Wall Street e de outros líderes corporativos que acreditam que Trump pode impulsionar a economia dos EUA, favorecendo empresas e reduzindo barreiras à expansão empresarial. Entre os projetos mais debatidos, destaca-se a promessa de uma grande reforma tributária, que, de acordo com os republicanos, será uma das prioridades na agenda do governo nos próximos meses.