A incorporadora Tegra divulgou nesta terça-feira (16) sua prévia operacional referente ao segundo trimestre de 2025. O destaque foi para a significativa retração nas vendas brutas, que somaram R$ 305 milhões — uma queda de 47% na comparação anual. Apesar disso, a empresa apresentou melhora em indicadores importantes, como o VSO (Vendas Sobre Oferta), que subiu para 8,8%.

Os dados evidenciam um cenário desafiador no setor imobiliário, mas com alguns sinais positivos de retomada. A seguir, veja a divisão dos dados por ordem de importância e entenda o desempenho da companhia no período.

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Vendas brutas caem 47% no segundo trimestre de 2025

O principal destaque da prévia foi a redução expressiva nas vendas brutas da Tegra no segundo trimestre de 2025. A companhia comercializou R$ 305 milhões no período, valor que representa uma retração de 47% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. A queda está associada à redução no volume de lançamentos e ao ritmo de vendas mais contido observado nos últimos meses.

No entanto, quando comparado ao trimestre anterior (1T25), o resultado representa um avanço de 34%, o que pode indicar uma leve recuperação no curto prazo. Para os investidores e analistas do setor, esse movimento de alta trimestral, mesmo com a queda anual, pode refletir estratégias pontuais da incorporadora para estimular o mercado.

VSO trimestral sobe para 8,8%, sinalizando melhora na absorção

Mesmo com a redução no volume total de vendas, a Tegra apresentou avanço em seu indicador de VSO (Vendas Sobre Oferta) bruto, que atingiu 8,8% no segundo trimestre. O número representa um crescimento de 2,3 pontos percentuais em comparação ao 1T25.

Esse aumento no VSO mostra que a empresa está conseguindo vender uma fatia maior do estoque disponível, o que pode indicar uma melhora na liquidez de seus empreendimentos. A variação é positiva especialmente em um trimestre marcado por poucos lançamentos, o que potencializa o impacto das vendas sobre o estoque.

Lançamentos recuam 89% no trimestre com apenas um novo projeto

No 2T25, a Tegra lançou apenas um novo projeto: o empreendimento Tamboré Londrina. O Valor Geral de Vendas (VGV) da parte da empresa foi de R$ 106 milhões. Ao todo, foram disponibilizadas 268 unidades no período — uma redução de 61% frente ao mesmo trimestre de 2024.

Na comparação anual, o VGV de lançamentos caiu 89%, totalizando R$ 105,6 milhões. A retração expressiva pode estar relacionada à estratégia da empresa de priorizar projetos com maior liquidez, dada a cautela dos consumidores diante do cenário macroeconômico atual, como inflação, juros elevados e incertezas no crédito imobiliário.

Número de entregas também apresenta forte queda

A companhia entregou dois empreendimentos durante o segundo trimestre, somando 420 unidades. O VGV total das entregas (parte Tegra) foi de R$ 195,1 milhões, valor que representa uma queda de 68% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A redução nas entregas acompanha a queda nos lançamentos observada nos trimestres anteriores e reflete o ciclo natural dos projetos da incorporadora. O atraso ou a diminuição na conclusão de obras pode impactar diretamente o fluxo de caixa da companhia e os resultados futuros, já que a receita contábil das incorporadoras é reconhecida proporcionalmente à entrega.

Distratos caem 24%, ajudando a preservar o caixa da companhia

Em um dado positivo, os distratos (cancelamentos de contratos de venda) totalizaram R$ 33,5 milhões no 2T25, redução de 24% em relação ao mesmo período de 2024. O volume menor de distratos ajuda a preservar a receita líquida da companhia e sinaliza uma maior estabilidade no relacionamento com os clientes.

Esse fator também pode indicar maior capacidade da Tegra em manter contratos ativos e reduzir os riscos de inadimplência, algo fundamental em um cenário de recuperação gradual do setor.