A redução da taxa Selic para 13,25% ao ano, decidida pelo Banco Central nesta quarta-feira (2), terá um impacto relativamente pequeno na redução dos custos de crédito e prestações, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac)

Para o órgão, isso ocorre porque a diferença entre a taxa básica e os juros efetivos de prazos mais longos é bastante significativa, o que diminui a percepção dos efeitos do afrouxamento monetário para aqueles que buscam novos empréstimos.

Ainda para a Anefac, a taxa média de juros para pessoas físicas diminuirá de 126,23% para 125,22% ao ano, e para pessoas jurídicas, de 62,21% para 61,46% ao ano, devido à redução da Selic de 13,75% para 13,25% ao ano.

Isso resultará em uma economia pequena, mas presente, para os consumidores. Por exemplo, ao financiar uma geladeira de R$ 1,5 mil em 12 prestações, o comprador pagará R$ 0,81 a menos por prestação e um total de R$ 9,73 a menos ao final do financiamento, com a nova taxa Selic. No caso de um cliente que utiliza o cheque especial em R$ 1 mil por 20 dias, a economia será de R$ 0,27.

Em outras situações, como na utilização de R$ 3 mil do rotativo do cartão de crédito por 30 dias, o cliente gastará R$ 1,20 a menos. Já em um empréstimo pessoal de R$ 5 mil por 12 meses, a economia será de R$ 1,24 por prestação e um total de R$ 14,89 após o pagamento da última parcela.

Nas operações de empréstimos realizadas por empresas, também haverá economias. Por exemplo, em um empréstimo de capital de giro de R$ 50 mil por 90 dias, as empresas pagarão R$ 62,64 a menos. No desconto de R$ 20 mil em duplicatas por 90 dias, a economia será de R$ 24,98. E na utilização de conta garantida no valor de R$ 10 mil por 20 dias, a economia será de R$ 2,67.

Apesar dessas reduções nos custos financeiros, é importante destacar que a diferença entre a taxa Selic e os juros efetivos ainda permanece relevante, o que faz com que os efeitos do corte da Selic sejam menos impactantes para os tomadores de crédito.

Poupança

A Anefac elaborou uma análise simulando o impacto da nova taxa Selic nos ganhos da poupança. Com a taxa de 13,25% ao ano, a poupança supera os fundos de investimento somente em prazos curtos de aplicação e quando os fundos têm alta taxa de administração.

De acordo com as simulações, a poupança rende mais que os fundos em apenas dois cenários: quando aplicada por até dois anos em relação a fundos com taxa de 3% ao ano e quando aplicada por até seis meses em relação a fundos com taxa de administração de 2,5% ao ano.

Em comparação com fundos com taxa de administração de 2,5% ao ano, a poupança apresenta o mesmo rendimento quando o dinheiro é aplicado entre seis meses e um ano.

É importante notar que a vantagem dos fundos persiste mesmo após a dedução do Imposto de Renda e da taxa de administração. Isso ocorre porque a poupança, embora seja isenta de tributos, rende apenas 6,17% ao ano (equivalente a 0,5% ao mês) mais a Taxa Referencial (TR), que aumenta quando a Selic sobe. Esse rendimento da poupança é aplicado somente quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, o que acontece desde dezembro de 2021.

Equipe MI

Equipe de redatores do portal Melhor Investimento.