Recomendação para Copasa (CSMG3) é rebaixada em meio a alta volatilidade do setor de saneamento
O JPMorgan rebaixou a recomendação para as ações da Copasa (CSMG3) de neutra para underweight (equivalente à venda), refletindo uma perspectiva mais cautelosa em relação ao desempenho futuro da estatal mineira. Apesar da elevação do preço-alvo de R$ 20 para R$ 23, as ações da Copasa caíram 4,48% nesta quinta-feira (15), sendo negociadas a R$ […]

O JPMorgan rebaixou a recomendação para as ações da Copasa (CSMG3) de neutra para underweight (equivalente à venda), refletindo uma perspectiva mais cautelosa em relação ao desempenho futuro da estatal mineira. Apesar da elevação do preço-alvo de R$ 20 para R$ 23, as ações da Copasa caíram 4,48% nesta quinta-feira (15), sendo negociadas a R$ 22,16. Essa decisão segue uma tendência de volatilidade no setor de saneamento, especialmente após a privatização da Sabesp (SBSP3).
O rebaixamento da Copasa pelo JPMorgan é atribuído a vários fatores críticos. Embora a valorização das ações da Copasa tenha sido impulsionada pela privatização da Sabesp, o banco acredita que a situação da Copasa apresenta desafios próprios que tornam sua valorização atual injustificável. Nos últimos 12 meses, as ações da Copasa subiram 36%, em contraste com um aumento de 74% da Sabesp e 4% do setor como um todo. Os analistas do JPMorgan, Henrique Peretti e Victor Burke, argumentam que, apesar de a alta recente ser em parte devido à privatização da Sabesp, a Copasa não apresenta mudanças fundamentais ou novidades que justifiquem uma valorização semelhante.
A comparação entre a Copasa e a Sabesp revela diferenças significativas em seus cenários operacionais e estratégicos. A Sabesp, agora uma corporação privatizada, tem demonstrado um desempenho financeiro superior e uma trajetória de crescimento robusta. Em contraste, a Copasa continua sendo uma estatal com privatização incerta e, até mesmo, riscos de federalização. O JPMorgan projeta que a Copasa terá um desempenho inferior ao da Sabesp em termos de margens de lucratividade e crescimento, o que reflete diretamente na recomendação de underweight para suas ações.
O futuro da Copasa está envolto em incertezas políticas que afetam diretamente a percepção do mercado sobre a empresa. O JPMorgan destaca que, embora o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, tenha apresentado um projeto de lei no início de 2023 para permitir a privatização de estatais como a Copasa, o cenário mudou com a possibilidade de federalização para enfrentar a dívida do estado com o governo federal. As discussões sobre federalização ainda estão em andamento e, até agora, não há acordo conclusivo. O banco considera que, enquanto essas conversas continuam, a possibilidade de privatização da Copasa permanece remota, impactando negativamente a confiança dos investidores.
Apesar das incertezas, o JPMorgan observa que a política de dividendos da Copasa pode oferecer algumas surpresas positivas. Para 2024, a Copasa manteve uma política de payout de 50%, o que pode resultar em rendimentos de dividendos de aproximadamente 8% entre 2024 e 2026. Além disso, a empresa tem potencial para pagar dividendos extraordinários, o que pode afetar positivamente o valor das ações. Esse aspecto representa um dos principais riscos de upside para a Copasa, segundo o banco.
No setor de saneamento, o JPMorgan recomenda a Sabesp como sua principal escolha, com uma classificação overweight e um preço-alvo de R$ 125. Para a Sanepar (SAPR11), a recomendação é neutra, com um preço-alvo de R$ 32. A Copasa, por sua vez, está avaliada com um preço-alvo que já incorpora estimativas otimistas, mas o JPMorgan considera essas estimativas insuficientes para justificar uma recomendação neutra. A empresa enfrenta um cenário desafiador que exige cautela, refletindo a decisão do banco de reduzir a classificação para underweight.