Privatização da Copasa (CSMG3) avança após PEC em Minas
O projeto de lei que definirá o modelo de venda deve ser votado ainda em 2025.
Foto: Divulgação
O processo de privatização da Copasa (CSMG3) deu um passo decisivo em Minas Gerais. O governo estadual, liderado por Romeu Zema (Novo), encaminhou à companhia um ofício com diretrizes e normas que servirão de base para a condução da desestatização. A medida ocorre poucos dias depois da aprovação, pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que elimina a exigência de referendo popular — antes obrigatório para a venda de estatais mineiras.
O documento determina que a Copasa realize os estudos de pré-viabilidade, diligências e serviços técnicos necessários para o processo, direta ou indiretamente. Além disso, orienta que a companhia mantenha transparência junto aos municípios atendidos, especialmente em temas relacionados à continuidade dos serviços e ao impacto regulatório.
A aprovação da PEC é considerada o maior avanço até agora na tentativa de privatização da Copasa, que vinha sendo debatida desde o primeiro mandato de Zema, mas enfrentava barreiras legais e políticas. Com o novo cenário, o governo estadual poderá conduzir o processo de desestatização sem a necessidade de uma consulta popular.
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Próximos passos do processo de privatização da Copasa
Com a alteração constitucional aprovada, a próxima etapa será a tramitação do projeto de lei nº 4.380/2025, que cria o marco legal da privatização da Copasa. Segundo o texto, a venda poderá ocorrer de três formas:
- Venda total ou parcial da participação acionária do Estado;
- Aumento de capital com emissão de novas ações;
- Ou uma combinação entre os dois modelos.
O projeto será inicialmente analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia, antes de seguir para outras comissões temáticas e, finalmente, ao plenário. Para ser aprovado, o texto precisará obter maioria qualificada de 60% dos votos dos parlamentares.
O Itaú BBA avalia que o projeto tem boas chances de aprovação ainda em 2025, o que permitiria o lançamento formal da privatização já no segundo semestre do próximo ano. O banco considera que a aprovação da PEC “abre caminho definitivo” para que o governo avance nas negociações com investidores e inicie estudos mais aprofundados sobre o modelo ideal de venda.
Avaliação do mercado e perspectivas para CSMG3
A reação do mercado financeiro foi positiva após o anúncio. O Itaú BBA reiterou sua recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 42,50 para as ações da Copasa (CSMG3).
Segundo o banco, a privatização pode gerar valor aos acionistas e melhorar a eficiência operacional da empresa, desde que o governo estabeleça um modelo de venda claro e um ambiente regulatório previsível. O Itaú também destacou que o processo deve atrair o interesse de investidores estratégicos, especialmente aqueles já atuantes no setor de saneamento básico.
Por outro lado, a Genial Investimentos manteve uma postura mais cautelosa, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 24. A corretora ressaltou que, embora o cenário político tenha se tornado mais favorável, ainda existem riscos regulatórios e operacionais a serem monitorados. Entre eles estão a definição do modelo final de privatização, a estrutura regulatória pós-venda, a manutenção da qualidade do serviço e o impacto tarifário ao consumidor final.
Esses fatores, segundo analistas, devem permanecer no radar dos investidores nos próximos meses, podendo afetar o ritmo de valorização das ações.
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