Payroll Fraco e Dissidência no FOMC Reforçam Perspectiva de Queda de Juros nos EUA
O relatório Payroll de julho mostrou criação de empregos abaixo do esperado, enquanto o Fed registrou dissidência na decisão de manter juros.

O mercado financeiro global está atento aos sinais cada vez mais fortes de uma possível queda de juros nos EUA, impulsionada pelo recente relatório de empregos (Payroll) de julho e pela decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). Segundo Antonio Nogarotto, assessor de investimentos na InvestSmart.XP, esses dois eventos indicam que a economia americana está passando por uma desaceleração no mercado de trabalho, aumentando as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) inicie em breve um ciclo de cortes nas taxas de juros.
Desaceleração do Mercado de Trabalho nos EUA e Impacto no Relatório Payroll
Na última sexta-feira (01), o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou o relatório de empregos não-agrícolas referente ao mês de julho, conhecido como Payroll. O resultado mostrou a criação de apenas 73 mil novas vagas, número significativamente inferior à projeção do mercado, que esperava cerca de 106 mil postos de trabalho.
Além disso, houve revisões importantes para baixo nos dados de meses anteriores: os ganhos líquidos de emprego estimados para maio e junho foram ajustados para números muito menores do que os inicialmente informados, indicando uma desaceleração mais forte no ritmo de geração de empregos do que se pensava.
Segundo Antonio Nogarotto, essa desaceleração no mercado de trabalho é um indicativo indispensável, pois o emprego sempre foi um dos principais pilares da resiliência econômica americana. Com a taxa de desemprego subindo para 4,2%, cresce a preocupação sobre a capacidade da economia de sustentar seu ritmo de crescimento atual.
Dissidência na Decisão do FOMC Indica Divisão Sobre Política Monetária
Antes da divulgação do Payroll, o Federal Reserve realizou a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que decidiu manter a taxa básica de juros na faixa de 4,25% a 4,50%, permanecendo inalterada pela quinta vez consecutiva. Apesar de esperada, a decisão chamou atenção pela falta de unanimidade: dois membros do comitê, Christopher Waller e Michelle Bowman, votaram contra a manutenção dos juros.
Essa dissidência, que não ocorria há mais de 30 anos, evidencia um debate interno sobre o momento adequado para iniciar cortes nas taxas. Conforme destaca Nogarotto, enquanto a maioria do FOMC mantém postura cautelosa, os votos divergentes indicam preocupação com os efeitos de um aperto monetário prolongado que poderia prejudicar o mercado de trabalho e desacelerar o crescimento econômico.
Crescem as Expectativas de Queda de Juros nos EUA e Benefícios para Diversos Ativos
Após a divulgação do relatório Payroll, as expectativas para um corte de juros já para setembro aumentaram significativamente no mercado, passando de 38% para 67%, segundo dados da ferramenta CME FedWatch.
Antonio reforça que a perspectiva de uma queda de juros nos EUA tende a impactar positivamente diversas classes de ativos, especialmente aquelas sensíveis a custos de capital e a apetite por risco, como commodities, small caps, setor imobiliário (REITs), ouro e mercados emergentes.
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