Mercado reduz previsão de inflação para 2025 para 4,32%, aponta Boletim Focus

O mercado financeiro reduziu novamente a previsão de inflação para 2025, estimando o IPCA em 4,32%, abaixo do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.

imagem do autor
30 de dez, 2025 às 08:30
Ilustração de crescimento financeiro com pilhas de moedas e símbolos de porcentagem ascendentes, representando aumento de juros, economia ou investimentos. Foto: inkdrop

A previsão de inflação para 2025 foi revisada para baixo pelo mercado financeiro, segundo dados divulgados na última segunda-feira (29) pelo Banco Central. De acordo com o Boletim Focus, que reúne estimativas de analistas e instituições financeiras, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) esperado para o próximo ano caiu para 4,32%, permanecendo abaixo do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O relatório também trouxe atualizações sobre câmbio, crescimento econômico e o cenário de juros no país.

Aproveite para ler:

A principal informação do Boletim Focus é a nova redução da previsão de inflação para 2025, que ocorre pela sétima semana consecutiva. Há uma semana, o mercado projetava inflação de 4,33%, enquanto há um mês a estimativa era de 4,43%. A desaceleração gradual reforça a avaliação de que as pressões inflacionárias estão perdendo intensidade, mesmo em um ambiente de juros elevados.

A meta de inflação definida pelo CMN para 2025 é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que o IPCA pode variar entre 1,5% e 4,5% sem descumprimento formal da meta. A projeção atual, portanto, segue dentro desse intervalo, o que reduz a percepção de risco inflacionário no horizonte relevante da política monetária.

Selic segue em 15% e não teve nova projeção no Focus

Por se tratar do último mês do ano, o Boletim Focus não apresentou novas projeções para a taxa Selic. Atualmente, os juros básicos da economia estão em 15% ao ano, nível considerado o mais alto desde julho de 2006, quando a taxa chegou a 15,25%.

Após atingir 10,5% ao ano em maio de 2024, a Selic voltou a subir a partir de setembro do mesmo ano, em resposta às preocupações com o controle da inflação. A taxa alcançou 15% na reunião de junho e vem sendo mantida nesse patamar desde então. O cenário de juros elevados tem impacto direto sobre o consumo, os investimentos e o crescimento da economia.

Câmbio: dólar deve fechar 2025 cotado a R$ 5,44

No mercado de câmbio, o Focus mostrou leve ajuste nas expectativas. A projeção para o dólar no fim de 2025 passou para R$ 5,44, um centavo acima da estimativa da semana anterior, que era de R$ 5,43. Apesar da alta marginal, o valor ainda está abaixo da previsão registrada há quatro semanas, quando o mercado estimava a moeda americana em R$ 5,40.

As oscilações refletem ajustes pontuais nas expectativas sobre o cenário externo, fluxo de capitais e política monetária global. A variação cambial também influencia a inflação, especialmente por meio dos preços de combustíveis e produtos importados.

PIB deve crescer 2,26% em 2025, segundo o mercado

Em relação à atividade econômica, o mercado manteve estável a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2,26% em 2025. A estimativa não sofreu alterações em relação à semana anterior, indicando uma expectativa de crescimento moderado para o próximo ano.

Para 2026 e 2027, o Boletim Focus também manteve as projeções anteriores, com crescimento esperado de 1,8% em ambos os anos. O ritmo mais lento reflete os efeitos prolongados dos juros elevados e um cenário global ainda marcado por incertezas.

Inflação recente e projeções para os próximos anos

Os dados mais recentes mostram que a inflação segue sob controle no curto prazo. Em novembro, o IPCA registrou alta de 0,18%, influenciado principalmente pelo aumento das passagens aéreas. Em outubro, o índice havia sido de 0,09%. Com esses resultados, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 4,46%, ainda dentro do intervalo de tolerância da meta oficial.

Para os anos seguintes, o mercado projeta continuidade da desaceleração. A previsão de inflação para 2026 é de 4,05%, enquanto para 2027 a expectativa é de 3,8%, aproximando-se gradualmente do centro da meta estabelecida pelo CMN.

Contexto recente da economia brasileira

A economia brasileira apresentou crescimento de 0,4% no segundo trimestre deste ano, impulsionada principalmente pelos setores de serviços e indústria. Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de expansão econômica. O resultado foi o melhor desde 2021, quando o crescimento atingiu 4,8%.

Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: 

Instagram | Facebook