O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido avançou 0,6% no segundo trimestre de 2024, mantendo-se firme após uma expansão de 0,7% no primeiro trimestre. Esse desempenho é um indicativo positivo após uma recessão leve no ano passado, refletindo uma recuperação econômica que promete estabilidade e crescimento sustentável. A taxa de crescimento de 0,7% no primeiro trimestre foi a mais rápida em mais de dois anos, destacando a recuperação acentuada da economia britânica.

Apesar do crescimento trimestral robusto, o mês de junho trouxe desafios significativos. A expansão da produção desacelerou para zero em junho, em comparação com uma taxa de crescimento de 0,4% em maio. Vários fatores contribuíram para essa desaceleração, incluindo condições meteorológicas adversas, como fortes chuvas que prejudicaram as vendas no varejo. Além disso, uma greve de médicos resultou em uma queda de 1,5% na atividade de saúde, exacerbando a desaceleração econômica no mês.

Os dados econômicos recentes tiveram um impacto marginal na libra esterlina, que subiu ligeiramente após a divulgação. Entretanto, as expectativas dos mercados financeiros em relação ao Banco da Inglaterra permanecem inalteradas. Analistas continuam prevendo que o Banco pode reduzir as taxas de juros mais uma ou duas vezes até o final do ano, a fim de estimular a economia e mitigar os efeitos da desaceleração.

A incerteza política também desempenhou um papel significativo no desempenho econômico de junho. A eleição legislativa britânica, realizada em 4 de julho, resultou na vitória do Partido Trabalhista com uma ampla maioria, após 14 anos na oposição. Thomas Pugh, economista da RSM UK, observou que essa incerteza política pode ter influenciado negativamente o crescimento econômico no período pré-eleitoral. A expectativa de mudanças políticas e suas possíveis repercussões econômicas pode ter contribuído para um ambiente de negócios mais cauteloso.

O Banco da Inglaterra ajustou suas previsões de crescimento anual para 2024, elevando-as de 0,5% para 1,25%. Esse ajuste reflete um início de ano mais forte do que o antecipado e uma expectativa de crescimento de 0,7% no segundo trimestre. No entanto, as previsões para o restante do ano são mais cautelosas, com uma desaceleração projetada para 0,4% no terceiro trimestre e 0,2% no quarto trimestre. Essas previsões sugerem que o crescimento econômico pode desacelerar ainda mais, aproximando-se da taxa de crescimento subjacente da economia britânica.

Suren Thiru, diretor de economia do Institute of Chartered Accountants na Inglaterra e no País de Gales, ofereceu uma perspectiva cautelosa sobre as perspectivas econômicas futuras. Ele prevê uma desaceleração no crescimento trimestral, atribuída às taxas de juros elevadas e a um problema de produtividade persistente. Thiru também espera que o crescimento dos salários seja moderado, o que pode impactar os gastos e investimentos no futuro próximo.