Opep reduz previsão de oferta de combustíveis líquidos do Brasil para 2024 e 2025
A Opep anunciou uma redução na previsão de oferta de combustíveis líquidos do Brasil, agora estimando um aumento de 60 mil barris por dia (bpd) para uma média de 4,2 milhões de bpd em 2024.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) anunciou, em seu relatório mensal publicado nesta segunda-feira (14), uma redução nas expectativas para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil nos próximos dois anos. A previsão agora indica um aumento de apenas 60 mil barris por dia (bpd) em 2024, para uma média de 4,2 milhões de bpd. Essa mudança de perspectiva é atribuída a um desempenho da produção abaixo do esperado nos últimos meses, destacando a importância do cenário econômico e operacional do país para o mercado global de petróleo.
A Opep manteve o Brasil como um dos quatro principais países fora do cartel que deverão impulsionar a oferta global de petróleo em 2024, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá. Embora a previsão de alta tenha sido cortada em 50 mil bpd, a Opep ainda espera um aumento na produção em campos significativos, como Búzios, Tupi e Itapu, além do início de novos projetos petrolíferos programados para 2024.
A revisão da Opep reflete uma análise detalhada da produção brasileira, que tem enfrentado desafios, incluindo problemas técnicos e operacionais que podem atrasar o calendário de produção das plataformas. Apesar de um aumento na produção de petróleo bruto, que subiu 110 mil bpd em agosto para uma média de 3,3 milhões de bpd, o cenário ainda é afetado por manutenções extensivas e outras dificuldades operacionais.
Para o ano de 2025, a Opep projeta um aumento de 200 mil bpd na produção de combustíveis líquidos, alcançando 4,4 milhões de bpd. Contudo, essa projeção também representa uma redução em relação à estimativa anterior de 4,5 milhões de bpd. Essa revisão reforça a necessidade de monitorar de perto as operações e a infraestrutura de produção do Brasil, que são cruciais para atender à demanda crescente no mercado internacional.
A produção total de combustíveis líquidos do Brasil avançou 114 mil bpd em agosto, alcançando uma média de 4,1 milhões de bpd. Contudo, é importante notar que essa produção total ainda está cerca de 100 mil bpd menor em comparação ao mesmo período do ano anterior. A Opep enfatiza que a recuperação da produção deve ser acompanhada de perto para garantir que os níveis atendam às expectativas globais.
Além das previsões de produção, a Opep também revisou sua perspectiva para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para 2024, a organização elevou suas expectativas de crescimento para 2,5%, um aumento em relação à previsão anterior de 2,2%. Esse crescimento é atribuído à força contínua da economia doméstica, que apresenta sinais positivos de demanda do consumidor e robustez no setor de serviços.
No entanto, a Opep alerta para a volatilidade no setor industrial e o potencial aumento da inflação, impulsionado pela queda nas taxas de desemprego e pelo crescimento salarial. As incertezas em relação à inflação podem persistir, o que, por sua vez, pode influenciar as decisões do Banco Central do Brasil em relação às taxas de juros.
Os desafios enfrentados pela produção brasileira incluem um aumento nos custos de produção offshore e um ambiente econômico incerto. A Opep observa que, embora existam expectativas de crescimento, a possibilidade de atrasos e a necessidade de monitorar os custos operacionais são aspectos críticos para o setor.
Além disso, uma possível transição na liderança do Banco Central em janeiro de 2025 pode influenciar a coordenação política no país. A Opep expressa cautela, afirmando que a efetividade das mudanças ainda deve ser avaliada, especialmente em um contexto de pressão inflacionária e crescimento econômico incerto.