Lula cobra países do G20 a agilizarem cumprimento de metas climáticas em cúpula no RJ
Durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo aos países do bloco para que adotem metas climáticas mais ambiciosas e antecipem o prazo de neutralidade climática.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro nesta terça-feira (19), para reforçar um apelo global por uma ação mais rápida e eficaz no combate às mudanças climáticas. Durante seu discurso, Lula pediu aos líderes das maiores economias do mundo que adotem metas climáticas mais ambiciosas, antecipando os prazos de redução de emissões de gases do efeito estufa. O Brasil, que tem se destacado por sua postura proativa em relação à questão ambiental, exigiu que os países do G20, responsáveis por mais de 75% das emissões globais, agissem com mais urgência.
A urgência das metas climáticas e a neutralidade até 2040
Em seu discurso, Lula destacou que 2024 tem o potencial de ser o ano mais quente já registrado, o que reforça a necessidade urgente de ações concretas para frear os impactos das mudanças climáticas. “Não há mais tempo a perder”, afirmou o presidente. Ele sugeriu que os países do G20 antecipassem suas metas para alcançar a neutralidade climática até 2040 ou 2045, em vez do prazo de 2050 que já havia sido acordado por muitos países, incluindo o Brasil. Para Lula, a mudança de prazo seria um passo crucial para evitar que o planeta atinja níveis irreversíveis de aquecimento.
Além disso, o presidente pediu que a Cúpula Climática da ONU COP30, que acontecerá em Belém, no Brasil, em 2025, seja um marco transformador para as ações globais contra o aquecimento global. A COP30, de acordo com Lula, precisa ser uma “virada” nos esforços internacionais para conter as mudanças climáticas, com ações concretas que atendam às necessidades de todos os países, especialmente os mais vulneráveis aos desastres climáticos.
O desafio do financiamento climático
Outro ponto crítico abordado por Lula foi o compromisso dos países desenvolvidos com o financiamento climático para as nações em desenvolvimento. O presidente criticou duramente o fato de os países ricos não terem cumprido sua promessa de fornecer 100 bilhões de dólares por ano até 2020 para apoiar os países em desenvolvimento na luta contra as mudanças climáticas. A falta de cumprimento dessa promessa tem sido uma das principais barreiras para o avanço das negociações climáticas, e o Brasil tem pressionado para que o valor seja aumentado significativamente. Lula, em sua fala, pediu que os países ricos aumentem as contribuições para pelo menos 1 trilhão de dólares por ano, especialmente considerando a crescente vulnerabilidade das economias em desenvolvimento aos impactos climáticos.
A resposta dos líderes mundiais e as expectativas para a COP29
Lula não foi o único líder mundial a abordar as questões climáticas com urgência. Durante a cúpula, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também fez um apelo para que os países em desenvolvimento tenham acesso a capital suficiente para combater as mudanças climáticas. Ele enfatizou a necessidade de garantir que esses países tenham “poder de fogo” para desacelerar os efeitos do aquecimento global e proteger suas economias e populações.
No entanto, as negociações sobre o financiamento climático continuam sendo um desafio. A COP29, que está ocorrendo no Azerbaijão, tem sido palco de intensas discussões entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os países em desenvolvimento, como o Brasil, argumentam que são os países ricos que devem assumir a maior responsabilidade pelos danos causados pelas suas emissões históricas de gases do efeito estufa. Em resposta, os países desenvolvidos têm solicitado que mais nações contribuam para o fundo climático global.