Lula encerra a Cúpula do G20 com apelo à ação e entrega presidência à África do Sul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro com um discurso sobre os avanços obtidos durante a presidência brasileira, incluindo a criação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

No encerramento da Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro (RJ), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou os avanços obtidos durante a presidência brasileira, mas fez um apelo enfático para que o grupo de países intensifique seus esforços diante dos desafios globais. O evento, que reuniu representantes de 21 países-membros, foi marcado por discussões sobre temas cruciais como mudanças climáticas, pobreza e desigualdade.
Lula, ao final do encontro, transferiu a presidência rotativa do G20 à África do Sul, que, em 2025, assumirá a liderança do grupo. Ele ressaltou que este será um momento de reflexão sobre o papel desempenhado pelo grupo até agora e enfatizou a necessidade de um trabalho mais eficaz para superar as dificuldades globais.
A transferência da presidência do G20
A cerimônia de encerramento da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, na terça-feira (19), foi histórica não apenas pelos avanços conquistados, mas também pela transição simbólica da liderança do grupo. Lula entregou oficialmente o martelo da presidência ao presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, marcando a última presidência de um país do sul global, com o Brasil sendo o penúltimo a comandar o grupo, seguindo a liderança da Indonésia e da Índia.
“Será um momento propício para avaliar o papel que desempenhamos até agora e como devemos atuar daqui em diante. Temos a responsabilidade de fazer melhor”, declarou Lula. Ele reforçou que, após a presidência sul-africana, todos os países do G20 terão liderado o grupo pelo menos uma vez, uma marca significativa que representa a maior inclusão dos países em desenvolvimento na governança global.
Conquistas e desafios: o legado da presidência brasileira
Lula não deixou de destacar as conquistas da presidência brasileira do G20, um marco no fortalecimento da representatividade global. Durante o período de liderança do Brasil, foram abordadas questões essenciais para o desenvolvimento e justiça social, como a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, o debate sobre a taxação de super-ricos, e a introdução da mudança climática na agenda dos Ministérios de Finanças e Bancos Centrais.
Entre as iniciativas mais importantes, também se destacam a criação de uma coalizão para a produção local e regional de vacinas, além do compromisso de triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030. A definição de princípios-chave para o comércio e o desenvolvimento sustentável, e a ampliação do financiamento para infraestrutura de água e saneamento, também foram temas de relevância discutidos sob a presidência brasileira.
Lula também celebrou a instalação do Grupo de Trabalho sobre Empoderamento das Mulheres e a proposta de um novo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável voltado para a promoção da igualdade racial, sublinhando a importância de uma agenda inclusiva e diversa no cenário internacional.
O desafio global: construir um mundo justo e sustentável
Ao fim de seu discurso, Lula lembrou as palavras do ícone sul-africano Nelson Mandela: “é fácil demolir e destruir; os heróis são aqueles que constroem”. O presidente brasileiro, ao se despedir da presidência do G20, ressaltou a importância de continuar a construção de um mundo justo e sustentável, frisando que os desafios globais, como as mudanças climáticas e as desigualdades sociais, exigem um esforço conjunto mais profundo e contínuo de todos os países.
Em sua fala, Lula reconheceu que o trabalho realizado até então pelo G20 é apenas um primeiro passo, e que a verdadeira transformação global só ocorrerá se houver uma ação concreta e coordenada entre os países, buscando um futuro melhor para as populações mais vulneráveis.