Lula enfrenta queda na popularidade e aposta em mudanças no IR para recuperar apoio
A pesquisa do PoderData aponta que pouco mais da metade da população brasileira desaprova a atual gestão.

Uma pesquisa recente do PoderData divulgada nesta quarta-feira (19) revelou que 44% dos eleitores avaliam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como pior do que o de Jair Bolsonaro.
O levantamento, realizado entre os dias 15 e 16 de março com 2.500 entrevistados, mostra também que 32% consideram a atual gestão melhor — um recuo de 14 pontos percentuais desde o início do mandato. Outros 22% enxergam ambos os governos como equivalentes.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais. Os dados foram coletados a partir da pergunta: “Até agora, você acha que o governo do presidente Lula está melhor ou pior do que o governo Bolsonaro?”.
Índice de aprovação do governo
Em relação à avaliação direta do governo, os dados do PoderData apontam que 53% dos eleitores desaprovam a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O índice apresenta uma leve alta de dois pontos percentuais nos últimos dois meses. No mesmo intervalo, a taxa de aprovação oscilou negativamente, passando de 42% para 41%.
Data | Aprovam (%) | Desaprovam (%) | Não sabem (%) |
29-31 jan.23 | 52 | 39 | 9 |
25-27 jun.23 | 51 | 43 | 6 |
27-29 jan.24 | 49 | 42 | 9 |
25-27 mai.24 | 47 | 45 | 8 |
25-27 jan.25 | 42 | 51 | 7 |
15-17 mar.25 | 41 | 53 | 6 |
Nos bastidores, a Secretaria de Comunicação (Secom) do Palácio do Planalto tem sustentado, em conversas reservadas, que o cenário de queda na aprovação teria sido controlado, sugerindo uma possível estabilização dos índices. No entanto, os números mais recentes do levantamento ainda não confirmam essa leitura.
Lula busca emplacar novas regras do IR
Em meio à queda de popularidade, Lula aposta em medidas que buscam aliviar a carga tributária da classe média. Na última terça-feira (18), o governo apresentou ao Congresso uma proposta para ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores com salários de até R$ 5 mil mensais. A iniciativa prevê ainda descontos para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.
Para equilibrar as contas públicas, a proposta inclui aumento da tributação sobre contribuintes com renda superior a R$ 50 mil, além da taxação de remessas de dividendos para o exterior e a implementação de um imposto mínimo para os mais ricos.
De acordo com estimativas oficiais, as novas regras eliminariam o IR para cerca de 10 milhões de brasileiros, elevando para 26 milhões o total de isentos, o que representa 65% dos contribuintes.
A expectativa do Planalto é que as mudanças entrem em vigor a partir de 2026, ano de eleição presidencial, e que não resultem em queda na arrecadação. O impacto fiscal previsto seria neutro, com o aumento da carga sobre a parcela mais rica da população compensando uma possível perda de aproximadamente R$ 25,8 bilhões em receita.
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