Queda de popularidade de Janja: pesquisa aponta preocupação no PT e no Governo Lula
A popularidade de Janja, primeira-dama do Brasil, despencou 19 pontos percentuais, gerando alarme dentro do PT e do governo Lula.

A popularidade de Rosângela Lula da Silva, a Janja, esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, despencou significativamente, acendendo um alerta no Partido dos Trabalhadores (PT) e no governo. Uma pesquisa realizada pela Quaest, divulgada em dezembro de 2024, revelou que a avaliação positiva de Janja caiu de 41% em fevereiro de 2023 para 22% no final de 2024, uma redução de 19 pontos percentuais. Essa queda acentuada levantou preocupações internas sobre o impacto que esse descontentamento pode ter sobre a imagem do governo e suas ambições políticas.
O que mostra a pesquisa?
O levantamento realizado pela Quaest entrevistou 8.598 pessoas entre os dias 4 e 9 de dezembro de 2024. A pesquisa, financiada pela corretora Genial Investimentos, mostrou que a avaliação positiva de Janja sofreu um declínio acentuado, passando de 41% em fevereiro de 2023 para 28% em dezembro do mesmo ano e, mais recentemente, para apenas 22%. Ao mesmo tempo, a taxa de reprovação também subiu, atingindo 28% em dezembro de 2024, comparado aos 19% registrados no início de 2023.
Além disso, a avaliação “regular” sobre a primeira-dama variou de 22% em fevereiro de 2023 para 32% em dezembro do mesmo ano, chegando a 30% no final de 2024. Esses números revelam uma insatisfação crescente com a figura de Janja, o que acendeu um sinal de alerta tanto no PT quanto no governo Lula.
A queda de popularidade nas regiões e grupos
Uma das descobertas mais preocupantes da pesquisa foi a queda da popularidade de Janja em diversas regiões do Brasil, especialmente no Nordeste, tradicionalmente um reduto eleitoral de Lula. No início de 2023, 56% da população nordestina aprovava a primeira-dama, mas esse número despencou para 29% até dezembro de 2024, uma queda de 27 pontos percentuais.
Entre os grupos demográficos, o recuo na aprovação de Janja também foi notável. Entre as mulheres, a aprovação caiu de 46% para 24%, enquanto entre os jovens, o percentual de aprovação despencou de 41% para apenas 18%. Esses números indicam que a figura de Janja não tem conseguido se conectar com parte significativa do eleitorado feminino e jovem, setores fundamentais para o apoio ao governo.
Além disso, a pesquisa apontou que a avaliação de Janja é especialmente negativa entre os grupos religiosos. Entre os católicos, 26% consideram sua avaliação negativa, enquanto apenas 24% têm uma visão positiva e 31% a consideram regular. Já entre os evangélicos, 34% reprovam a primeira-dama, e apenas 18% a aprovam.
O impacto entre os eleitores de Lula
Outro dado preocupante é a queda da avaliação de Janja entre os próprios eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em fevereiro de 2023, 66% dos eleitores de Lula aprovavam a primeira-dama, mas esse número caiu para 36% no final de 2024. Embora a reprovação entre os eleitores de Lula seja relativamente baixa, apenas 11%, o aumento no percentual de pessoas que consideram Janja “regular” (33%) reflete um certo distanciamento desses eleitores em relação à figura da primeira-dama.
Alerta no PT e no governo Lula
A queda de popularidade de Janja foi recebida com preocupação no PT e no governo Lula. A principal preocupação é que, caso o cenário econômico continue adverso para o governo, o descontentamento com a primeira-dama possa refletir negativamente na imagem do presidente. Segundo informações da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, lideranças petistas temem que a perda de apoio a Janja atinja também o próprio Lula, especialmente se a insatisfação se intensificar.
Lideranças dentro do PT estão avaliando as razões dessa queda de popularidade, mas especialistas em comunicação que trabalham com o governo sugerem que a “certa arrogância” nas falas de Janja e os gastos com viagens e assessores, amplamente noticiados pela imprensa, podem ter contribuído para o desgaste da sua imagem. Além disso, há uma preocupação crescente com a interferência de Janja na comunicação do governo, área sobre a qual ela ainda tenta manter influência.