Itaú vende dívida da Intercement a bondholders e busca negociação com a empresa

O Itaú Unibanco vendeu a dívida de R$ 2,5 bilhões da Intercement para os bondholders, utilizando ações da Loma Negra como garantia.

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Última atualização:  17 de jun, 2025 às 20:52
Itaú vende dívida da Intercement a bondholders e busca negociação com a empresa Itaú vende dívida da Intercement a bondholders e busca negociação com a empresa

O Itaú Unibanco realizou a venda da dívida da Intercement no valor de R$ 2,5 bilhões para os detentores dos títulos de dívida (bondholders) emitidos pela cimenteira no exterior. Essa operação tem como objetivo facilitar a negociação com a Intercement, já que o crédito possui garantia em ações da Loma Negra, empresa do grupo na Argentina.

Venda da dívida da Intercement para bondholders

A venda da dívida da Intercement por parte do Itaú Unibanco é um movimento estratégico importante para o banco, que transfere o crédito de R$ 2,5 bilhões para os bondholders — investidores que detêm os títulos emitidos pela empresa no mercado internacional. Essa transação, que aconteceu recentemente, pretende tornar a relação entre a Intercement e seus credores mais próxima e transparente, abrindo espaço para eventuais negociações futuras.

A operação ocorreu no contexto do aumento das dificuldades da Intercement em honrar suas obrigações financeiras, o que motivou o Itaú a buscar alternativas para garantir a recuperação do crédito. Ao vender essa dívida a bondholders, o banco deixa nas mãos dos investidores a responsabilidade pela cobrança e negociação do débito.

Garantia em ações da Loma Negra fortalece posição dos credores

O crédito vendido pelo Itaú tem como garantia ações da Loma Negra, subsidiária da Intercement na Argentina. Essa garantia é considerada valiosa pelos bondholders, pois oferece uma segurança adicional em caso de inadimplência. A Loma Negra é uma empresa tradicional no setor cimenteiro argentino, e sua participação acionária tem peso estratégico na negociação.

Essa garantia aumenta o interesse dos investidores em buscar uma solução negociada, já que a propriedade das ações pode ser um ativo de valor significativo para a recuperação dos recursos investidos. A expectativa é que, com essa garantia, os bondholders consigam trazer a Intercement para a mesa de negociação e discutir alternativas viáveis para o pagamento das dívidas.

Contexto das dívidas da Intercement e envolvimento de outros bancos

Além do crédito de R$ 2,5 bilhões do Itaú, outros grandes bancos brasileiros também possuem dívidas da Intercement. Bradesco e Banco do Brasil detêm créditos similares, que somados chegam a aproximadamente R$ 6 bilhões em operações garantidas. Essas dívidas também fazem parte do cenário de endividamento da cimenteira, que enfrenta desafios para equilibrar suas contas.

Por outro lado, a Intercement possui cerca de R$ 3 bilhões em bonds sem garantia, o que representa um risco maior para os investidores. Esse montante, não amparado por garantias patrimoniais, tende a dificultar negociações e recuperação total dos valores. Dessa forma, a negociação com bondholders que possuem garantia em ações, como no caso do crédito vendido pelo Itaú, é vista como uma estratégia mais segura para a recuperação do crédito.