O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se neste sábado (28)  com o chanceler libanês, Abdallah Rashid Bou Habib, para discutir possíveis ações diante do agravamento do conflito no Líbano. 

Vieira comunicou que o Brasil está analisando diversos cenários, incluindo a retirada em larga escala de cidadãos brasileiros, caso a situação se agrave. 

O encontro ocorreu em Nova York, durante a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, conforme informou o Itamaraty.

Israel, que já realiza operações militares na Faixa de Gaza, ampliou e intensificou seus ataques no Líbano, buscando alvos do Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã. Em um ataque aéreo de grande impacto em Beirute na sexta-feira, Israel matou o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah.

O Itamaraty confirmou a morte de dois adolescentes brasileiros como consequência dos ataques israelenses no Líbano.

“O governo brasileiro reitera a condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos ataques aéreos israelenses contra zonas civis no Líbano e renova o apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades”, afirmou o Itamaraty através de nota divulgada ontem.

Chefe do Hezbollah é morto durante ataque israelense

As Forças de Defesa de Israel informaram neste sábado (28) que o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto durante um ataque aéreo nos subúrbios ao sul de Beirute, capital do Líbano, ocorrido na noite anterior.

A morte foi confirmada também pelo Hezbollah na manhã de hoje. Em uma declaração oficial, o grupo militante afirmou que continuará sua “guerra santa contra o inimigo e em apoio à Palestina”. O Hamas, aliado do Hezbollah, declarou que a morte de Nasrallah “apenas fortalece a resistência”.

Nasrallah esteve à frente do Hezbollah por mais de 30 anos, e sua morte pode ter implicações significativas para os conflitos no Oriente Médio. Um porta-voz militar israelense confirmou que o objetivo do bombardeio era atingir Nasrallah, visando neutralizar a ameaça representada pelo grupo.

Além de Nasrallah, outros líderes do Hezbollah também foram mortos na ofensiva, incluindo Muhammad Ali Ismail, comandante da unidade de mísseis do Hezbollah no sul do Líbano, e seu vice, Hussein Ahmad Ismail.

Por sua vez, as utoridades iranianas informaram que Abbas Nilforushan, vice-comandante das operações da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC), também morreu no ataque.

Escalada do conflito no Líbano

Ontem, Israel realizou ataques aéreos em Beirute, caracterizados como o maior bombardeio israelense desde o início do confronto com o Hezbollah.

Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, o ataque resultou em 6 mortes e deixou 91 feridos. O bombardeio ocorreu logo após o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU.

No sábado, sirenes de alerta foram ativadas em Tel Aviv e em outras áreas centrais de Israel, após um míssil ser disparado do Iêmen por forças houthis, conforme relatado por agências de notícias. 

Os houthis, assim como o Hezbollah, recebem apoio financeiro do Irã. O míssil balístico foi interceptado pelos sistemas de defesa de Israel, e não houve relatos de feridos.

Ainda, as Forças Armadas de Israel informaram que Ahmad Muhammad, líder do Hamas no sul da Síria, foi morto em um ataque israelense na noite anterior. Segundo os militares, ele foi “neutralizado enquanto planejava um ataque terrorista iminente”.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.