Investidores correm para LCIs e LCAs em busca de isenção antes da MP 1.303
Investidores aumentam em até 43% a busca por LCIs e LCAs em 2025 para garantir isenção de IR antes da MP 1.303. Entenda o impacto no mercado de renda fixa.

As Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Imobiliário (LCIs) viraram protagonistas em 2025. Os fundos aumentaram a fatia desses papéis no primeiro semestre diante da expectativa de que o Congresso aprove a Medida Provisória 1.303/25, que pode acabar com a isenção de Imposto de Renda a partir de 2026.
Segundo a Anbima, divulgada nesta segunda-feira (29), o patrimônio aplicado em LCAs cresceu 19,7% no período, somando R$ 13,7 bilhões. As LCIs avançaram ainda mais: 43,1%, alcançando R$ 17,3 bilhões.
Incentivados mantêm força
Além das LCAs e LCIs, outros ativos com benefícios fiscais também ganharam espaço nas carteiras. As debêntures incentivadas avançaram 6,5% e atingiram R$ 15,7 bilhões. Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) subiram 9,6%, para R$ 10,1 bilhões. Já os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) caíram 4%, fechando em R$ 6,1 bilhões. No total, os títulos incentivados cresceram 15,6%, somando R$ 67,3 bilhões.
No fim de junho, os gestores de patrimônio administravam R$ 540,3 bilhões, alta de 7,1% frente a 2024.
Renda fixa puxa resultados
O segmento de renda fixa cresceu 9,4%, com R$ 245,5 bilhões sob gestão. Os FIDCs lideraram os ganhos, saltando 31,9% e atingindo R$ 36,6 bilhões. Os títulos públicos também subiram 10,7%, para R$ 42,9 bilhões.
Na outra ponta, os fundos de renda fixa caíram 1%, somando R$ 58,9 bilhões, enquanto os CDBs recuaram 3,5%, para R$ 11,5 bilhões. As debêntures tradicionais encolheram 11,4%, para R$ 10,6 bilhões.
Corrida por LCI e LCA isentos
O avanço das LCAs e LCIs reflete a pressa de investidores em garantir condições favoráveis antes da possível mudança na tributação. O texto da MP 1.303/25 manteve a isenção para debêntures incentivadas, CRIs e CRAs, mas incluiu LCIs, LCAs e LIGs na lista de ativos que podem sofrer tributação de 7,5% a partir de 2026.
A pressão da demanda já mexeu no mercado. Na última semana, os spreads de títulos incentivados recuaram 12 pontos-base, enquanto o índice IDA – IPCA Incentivados avançou 0,45%. Analistas do Bradesco BBI avaliam que a incerteza regulatória impulsionou os fundos a reforçarem a exposição a papéis isentos, o que acelerou as captações no mercado primário e secundário.
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