Infracommerce (IFCM3) enfrenta queda de 38% nas ações em apenas dois dias
As ações da Infracommerce CXaaS (IFCM3) experimentaram uma queda dramática de 38,5% nas últimas duas sessões, atingindo o valor de R$ 0,24 nesta quinta-feira (15). Este despencar é resultado de uma série de eventos negativos que abalaram a confiança dos investidores na empresa. Na quarta-feira (14), as ações da Infracommerce já haviam despencado 25,64%, e […]

As ações da Infracommerce CXaaS (IFCM3) experimentaram uma queda dramática de 38,5% nas últimas duas sessões, atingindo o valor de R$ 0,24 nesta quinta-feira (15). Este despencar é resultado de uma série de eventos negativos que abalaram a confiança dos investidores na empresa.
Na quarta-feira (14), as ações da Infracommerce já haviam despencado 25,64%, e na manhã de hoje, o declínio continuou com uma queda adicional de 17,24%. A desvalorização acumulada ao longo do ano é impressionante, com uma baixa de 87%. Esse cenário desfavorável reflete uma perda de confiança crescente no mercado e um impacto direto nas finanças da empresa.
A principal razão para a turbulência nas ações é o recente anúncio da empresa sobre a reestruturação de suas dívidas. A Infracommerce revelou um acordo com credores para reestruturar uma dívida que totaliza aproximadamente R$ 650 milhões. Esse acordo foi formalizado por meio de um memorando de entendimentos não vinculante com instituições financeiras credoras. O objetivo é alongar e repactuar as condições da dívida, o que pode envolver ajustes significativos na operação da empresa.
O plano de reestruturação teve repercussões imediatas nas avaliações da empresa. O Itaú BBA, um dos principais analistas de mercado, decidiu colocar as ações da Infracommerce sob revisão. A instituição financeira afirmou que não consegue refletir adequadamente a nova realidade da empresa em seus modelos de avaliação, devido à incerteza gerada pela reestruturação e suas implicações futuras.
O balanço financeiro do segundo trimestre de 2024 revelou resultados alarmantes. A Infracommerce registrou um prejuízo de R$ 1,5 bilhão, comparado a uma perda de R$ 52,4 milhões no mesmo período do ano anterior. Esse prejuízo é ainda mais impactante quando ajustado, resultando em uma perda de R$ 146,7 milhões. A receita líquida caiu 11,6%, e a margem bruta sofreu uma redução significativa de 18,3 pontos percentuais. O volume total de pagamentos (TPV) também encolheu 34,7%, refletindo uma desaceleração notável nas operações.
Além dos desafios financeiros, a Infracommerce enfrentou uma baixa contábil substancial de R$ 1,4 bilhão, decorrente de impairments relacionados às aquisições realizadas anteriormente. O CEO Ivan Murias explicou que este ajuste contábil é um efeito não caixa, mas essencial para alinhar o valor contábil dos investimentos feitos em fusões e aquisições com a realidade atual da empresa.
Murias destacou que, apesar dos desafios enfrentados no segundo trimestre, a Infracommerce continua comprometida com sua agenda de ajustes e revisões. Ele acredita que essas medidas têm o potencial de levar a empresa a níveis mais satisfatórios de rentabilidade no futuro, uma vez que as mudanças implementadas com o plano de reestruturação comecem a surtir efeito.