Polícia Federal lança operação contra incêndios criminosos no Pantanal
A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação de combate a crimes ambientais na região do Pantanal, especificamente em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. A iniciativa visa desarticular um esquema de incêndios criminosos, grilagem de terras e desmatamento, que tem causado danos estimados em mais de R$ 220 milhões.
A operação, anunciada nesta sexta-feira (20), resulta de investigações que revelaram práticas criminosas em larga escala. A PF identificou que a área queimada foi alvo de incêndios recorrentes, associados a fraudes junto a órgãos governamentais. A equipe de perícia da PF constatou que a ocupação irregular da terra já ultrapassa 6.419,72 hectares, evidenciando a gravidade da situação.
Os incêndios têm ocorrido em 2024, principalmente na região de Corumbá, um dos pontos mais afetados do Pantanal. As investigações recentes indicam que as práticas criminosas se estendem ao longo de vários anos, afetando não apenas a biodiversidade local, mas também a qualidade do solo e os recursos hídricos da região.
A PF, em colaboração com o Ibama e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), está cumprindo sete mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Corumbá. A operação envolve buscas em locais estratégicos, com o objetivo de coletar provas e identificar os responsáveis pela grilagem de terras e pela prática de incêndios.
As investigações indicam que o grupo envolvido nas fraudes causou um dano ambiental significativo. Com a ocupação irregular de terras da União e a criação de gado em áreas proibidas, a situação se torna ainda mais crítica. A PF estima que pelo menos 2.100 cabeças de gado estejam ativas na área da União, com projeções que indicam a criação de mais de 7.200 animais durante o período investigado. Isso não apenas agrava a degradação do ecossistema, mas também prejudica a fauna e flora locais.
O Pantanal, reconhecido como um Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, enfrenta desafios cada vez maiores em relação à conservação ambiental. A grilagem de terras e os incêndios ilegais não apenas ameaçam a biodiversidade, mas também comprometem a qualidade de vida das comunidades que dependem desse ecossistema. Além disso, a operação da PF ressalta a importância do combate a crimes ambientais, promovendo uma cultura de respeito às leis e à natureza.
Com a deflagração da operação, a expectativa é que a PF e seus parceiros consigam desmantelar as redes criminosas que operam na região. O trabalho conjunto entre as instituições de fiscalização é essencial para a proteção do Pantanal e para a aplicação de penalidades rigorosas aos infratores. A operação também visa servir como um alerta para outros potenciais infratores, destacando a atuação firme do governo contra crimes ambientais.