Queimadas no Brasil: Conheça as causas e impactos financeiros
Estima-se que os prejuízos econômicos causados pelas queimadas alcancem R$ 38 milhões entre agricultura, assistência médica emergencial e pecuária.
As queimadas no Brasil em 2024 têm devastado grandes áreas, especialmente na Amazônia e no Cerrado, gerando preocupações tanto ambientais quanto econômicas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o país já registrou 184.363 focos de incêndio até setembro, concentrados principalmente nos estados de Mato Grosso, Pará, Amazonas, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Maranhão, que juntos somam 127.028 registros.
Esse aumento alarmante de incêndios tem causado danos significativos à economia, afetando empresas que dependem dos recursos dessas regiões e gerando impactos sociais profundos. Ao longo deste artigo, vamos explorar as causas dessas queimadas e seus efeitos sobre a economia, o meio ambiente e a biodiversidade. Boa leitura!
Qual é a possível causa das queimadas?
Entre as principais causas das queimadas estão fatores climáticos e ações humanas. O fenômeno El Niño, que provoca secas mais severas e aumento nas temperaturas, foi um dos catalisadores para o avanço das queimadas em 2024.
Além disso, práticas ilegais, como o desmatamento e queimadas para a expansão agropecuária, permanecem recorrentes em várias regiões, especialmente na Amazônia e no Cerrado. Segundo o governo federal, há indícios de uma ação orquestrada que visa deliberadamente a abertura de novas áreas para exploração agrícola, como indicam investigações recentes sobre a organização dessas queimadas
Impacto das queimadas no Brasil em 2024
O Brasil vive um momento crítico devido ao aumento das queimadas em 2024. Em agosto, 5,65 milhões de hectares foram queimados, representando 49% de toda a área queimada no país desde o início do ano. Essa extensão corresponde a quase o tamanho do estado da Paraíba, mostrando a gravidade da situação. Estados como São Paulo, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm os maiores registros de incêndios até o momento.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estima que cerca de 10 milhões de pessoas foram diretamente afetadas pelos incêndios florestais, sobretudo em regiões onde os focos de queimadas são mais intensos. Esses números se baseiam nos dados das prefeituras que decretaram estado de emergência devido às queimadas. Ao todo, 531 municípios estão nessa situação crítica, com estados como Acre, Tocantins, Rondônia e Mato Grosso tendo boa parte de seus territórios em estado de emergência.
Essa realidade afeta diretamente a saúde, economia e infraestrutura dessas regiões, além de agravar problemas já existentes relacionados à poluição e perda de biodiversidade.
Impacto na economia brasileira: setores mais afetados
As queimadas afetam diretamente a economia brasileira, especialmente os setores agropecuário e florestal. Com a destruição de áreas produtivas, o custo da produção aumenta, refletindo-se em preços mais altos para produtos agrícolas.
Setores como a soja e a pecuária são especialmente impactados, uma vez que o fogo destrói pastagens e áreas de plantio, resultando em prejuízos para os produtores e aumento dos preços para os consumidores.
Consequências no bioma cerrado
O Cerrado, o segundo bioma mais afetado, sofreu com a queima de 947 mil hectares no primeiro semestre de 2024, um aumento de 48% em relação ao ano anterior. O bioma, que já enfrenta desafios de preservação, vê sua biodiversidade e equilíbrio hídrico comprometidos pelo fogo, com efeitos devastadores sobre a flora e fauna locais.
Altos índices de poluição
Além dos danos ambientais diretos, as queimadas aumentam drasticamente os níveis de poluição atmosférica. A fumaça liberada afeta a qualidade do ar, levando a uma crise de saúde pública, principalmente em regiões como o sudeste do país. Cidades como São Paulo têm registrado picos nos índices de poluição, com implicações graves para a saúde respiratória da população .
Impacto na biodiversidade
O impacto na biodiversidade é uma das consequências mais trágicas das queimadas. Espécies nativas da Amazônia e do Cerrado estão em risco de extinção devido à destruição de seus habitats. Animais como onças, tamanduás e várias aves migratórias têm suas rotas e refúgios comprometidos, o que afeta todo o ecossistema.
Ação orquestrada em queimadas
O governo brasileiro está investigando a possível existência de ações orquestradas relacionadas às queimadas que vêm assolando o país em 2024. De acordo com informações apuradas pela CNN Brasil, fontes do Palácio do Planalto indicam que há evidências de que os incêndios estão sendo provocados intencionalmente por um pequeno grupo de indivíduos. Esses grupos organizados, que possivelmente possuem interesses na expansão da agropecuária, estariam deliberadamente iniciando incêndios em várias regiões .
A desconfiança do governo é que esses atos são coordenados à distância, com mandantes ordenando onde os focos de incêndio devem ser iniciados. Embora as investigações ainda estejam em andamento, os indícios sugerem que pessoas espalhadas por diferentes estados estão executando essas ações sob ordens diretas. A identificação dos responsáveis e as motivações exatas por trás dessas queimadas ainda são objeto de apuração.
Queimadas em São Paulo
O estado de São Paulo enfrenta um aumento significativo nos focos de queimadas em 2024, com cinco municípios sendo diretamente afetados nesta quarta-feira (18), de acordo com a Defesa Civil. As cidades atingidas incluem Bananal, Mococa, Santo Antônio de Posse, Nova Odessa e Cajuru, onde quatro aeronaves foram mobilizadas para o combate às chamas.
Embora uma frente fria tenha proporcionado algum alívio temporário, o estado completou um mês com sua estrutura de combate a incêndios florestais testada ao limite. Grandes áreas rurais foram devastadas pelos incêndios, enquanto as zonas urbanas sofrem com altos índices de poluição, comprometendo a qualidade de vida dos habitantes. Bananal, no Vale do Paraíba, por exemplo, amanheceu sob uma espessa neblina, dificultando a visibilidade dos focos de incêndio na crista da montanha e atrasando as ações de combate.
Para enfrentar essa crise, o estado de São Paulo organizou uma força-tarefa com 15,1 mil agentes em campo, incluindo 10 mil brigadistas voluntários de empresas agrícolas e do DER (Departamento de Estradas de Rodagem). A equipe de combate também conta com 2.500 agentes da Defesa Civil, 2.200 bombeiros militares e 400 brigadistas da Fundação Florestal de SP, além de 2.500 veículos terrestres e 29 helicópteros da Polícia Militar. No início de setembro, foram contabilizadas 520 horas de voo, com o uso de 2,4 milhões de litros de água em 63 municípios afetados.
A resposta intensiva do governo estadual já resultou na prisão de 23 pessoas suspeitas de envolvimento em ações intencionais de incêndio desde junho.
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Conclusão: Impactos Econômicos e nos Investimentos
As queimadas em 2024 no Brasil têm gerado impactos devastadores que vão além das questões ambientais, afetando diretamente a economia e o setor de investimentos. A destruição de áreas produtivas, especialmente no agronegócio, eleva os custos de produção, resultando em preços mais altos para alimentos e outros produtos agrícolas. Setores como a soja e a pecuária sofrem com a perda de pastagens e plantações, comprometendo a competitividade do país no mercado global.
Além disso, os incêndios intensificam os problemas relacionados à poluição do ar, que afetam diretamente a saúde pública e geram custos adicionais ao sistema de saúde. Cidades como São Paulo enfrentam um cenário crítico, com a poluição atmosférica atingindo níveis perigosos, afetando tanto a qualidade de vida quanto a produtividade.
Para investidores, a instabilidade causada pelas queimadas e suas consequências econômicas, como a alta nos custos de produção e o impacto em setores estratégicos, traz incertezas sobre o desempenho futuro de certas empresas e setores. As investigações sobre as causas intencionais dos incêndios podem agravar ainda mais a percepção de risco, afetando investimentos no agronegócio e em outros setores diretamente impactados pelo avanço das queimadas.
Em suma, os incêndios florestais de 2024 estão deixando marcas profundas não apenas no meio ambiente, mas também na economia e nos mercados de investimento, exigindo uma ação coordenada e estratégica para mitigar seus efeitos e evitar prejuízos ainda maiores no longo prazo.