Impeachment de Alexandre de Moraes: oposição soma 41 senadores a favor
A oposição no Senado afirma ter o apoio de 41 parlamentares para o impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do STF.

A oposição no Senado afirma ter reunido apoio de 41 parlamentares para o impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O levantamento, divulgado na última quinta-feira (7), indica que metade dos membros da Casa estaria disposta a apoiar a abertura do processo. Apesar do número expressivo, o apoio atual não é suficiente para garantir nem o início nem a conclusão da destituição, já que o procedimento depende de etapas e quóruns específicos previstos em lei.
Apoio no Senado e limitações para o avanço
Segundo líderes oposicionistas, o grupo de 41 senadores representa um marco político relevante, mas ainda distante da maioria qualificada necessária para efetivar a saída de um ministro do STF. Pela legislação vigente, a abertura do processo precisa, antes de tudo, do aval do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Sem essa autorização formal, a tramitação não tem início.
Se admitido, o caso passa por uma comissão especial, que analisa as acusações e emite um relatório. Nesta fase, o apoio de 41 senadores já seria suficiente para aprovar o parecer favorável à instauração do processo. No entanto, para que o impeachment seja concretizado, são necessários 54 votos — o equivalente a dois terços dos 81 senadores.
Quem pode apresentar o pedido
O pedido de impeachment de um ministro do STF não exige número mínimo de assinaturas de parlamentares. Qualquer cidadão, munido de embasamento jurídico, pode protocolar o requerimento no Senado. A avaliação inicial, no entanto, cabe exclusivamente ao presidente da Casa.
Essa característica torna o processo mais acessível formalmente, mas também mais dependente da postura política do comando do Senado. É justamente esse ponto que tem gerado divergências entre a oposição, que pressiona pela análise do pedido, e aliados de Alcolumbre, que defendem prudência e atenção aos aspectos técnicos.
Declarações dos líderes partidários
Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, afirmou que “o Senado, na sua maioria, entendeu que há necessidade da abertura desse processo”. Para ele, o apoio conquistado até agora reforça o peso político do tema e coloca pressão sobre a Mesa Diretora.
Por outro lado, Eduardo Braga (MDB-AM), líder do MDB no Senado, disse em entrevista à CNN que a admissibilidade do impeachment é prerrogativa exclusiva do presidente do Senado e que o número de assinaturas ou manifestações públicas não garante a abertura. “O que determina a análise é o embasamento jurídico do pedido”, argumentou.
Base legal para o impeachment de ministros do STF
A Lei do Impeachment, sancionada em 1950, prevê situações específicas em que um ministro do Supremo pode perder o cargo por crime de responsabilidade. Entre elas estão:
- Alterar decisão ou voto já proferido, salvo por via de recurso;
- Julgar causa na qual seja suspeito;
- Envolver-se em atividade político-partidária;
- Demonstrar negligência evidente no cumprimento das funções;
- Agir de forma incompatível com a honra, a dignidade e o decoro do cargo.
Esses dispositivos legais são os que embasam os pedidos apresentados contra Alexandre de Moraes, embora a análise sobre sua pertinência seja complexa e sujeita a interpretações jurídicas e políticas.
Senadores que declararam apoio
De acordo com o site “Votos Senadores”, entre os 41 parlamentares que indicaram apoio estão figuras conhecidas como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Sergio Moro (União-PR), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Damares Alves (Republicanos-DF), Tereza Cristina (PP-MS), Marcos Pontes (PL-SP) e Magno Malta (PL-ES). A lista contempla integrantes de diferentes partidos como PL, Republicanos, Podemos, União Brasil, PP, PSD, MDB, PSB, PSDB e Novo.
Veja a lista completa:
- Alan Rick (União-AC)
- Alessandro Vieira (MDB-SE)
- Astronauta Marcos Pontes (PL-SP)
- Carlos Portinho (PL-RJ)
- Carlos Viana (Podemos-MG)
- Cleitinho (Republicanos-MG)
- Damares Alves (Republicanos-DF)
- Dr. Hiran (PP-RR)
- Eduardo Girão (Novo-CE)
- Eduardo Gomes (PL-TO)
- Efraim Filho (União-PB)
- Esperidião Amin (PP-SC)
- Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
- Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
- Ivete da Silveira (MDB-SC)
- Izalci Lucas (PL-DF)
- Jaime Bagattoli (PL-RO)
- Jayme Campos (União-MT)
- Jorge Kajuru (PSB-GO)
- Jorge Seif (PL-SC)
- Laércio Oliveira (PP-SE)
- Lucas Barreto (PSD-AP)
- Luis Carlos Heinze (PP-RS)
- Magno Malta (PL-ES)
- Marcio Bittar (União-AC)
- Marcos Rogério (PL-RO)
- Marcos do Val (Podemos-ES)
- Margareth Buzetti (PSD-MT)
- Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
- Nelsinho Trad (PSD-MS)
- Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
- Pedro Chaves (MDB-GO)
- Plínio Valério (PSDB-AM)
- Professora Dorinha Seabra (União-TO)
- Rogerio Marinho (PL-RN)
- Sergio Moro (União-PR)
- Styvenson Valentim (Podemos-RN)
- Tereza Cristina (PP-MS)
- Wellington Fagundes (PL-MT)
- Wilder Morais (PL-GO)
- Zequinha Marinho (Podemos-PA)
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