O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresentou uma aceleração em sua primeira prévia de novembro, registrando uma alta de 0,99%, frente a 0,94% na mesma leitura do mês anterior. O levantamento, realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e divulgado nesta sexta-feira (08), reflete a continuidade da pressão sobre os preços, especialmente no atacado e no consumo, impactando a inflação no Brasil.

O que é o IGP-M e o que ele indica?

O IGP-M é um indicador utilizado para medir a inflação no Brasil, sendo amplamente utilizado para reajustar contratos de aluguel, tarifas e preços de serviços. Ele é composto por três subíndices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que reflete os preços no atacado; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), que mede os preços no varejo; e o Índice de Custo da Construção (INCC-M), que acompanha os custos de construção civil.

Com a aceleração observada em novembro, o IGP-M reflete um aumento nos preços no atacado e no consumo, o que pode trazer reflexos importantes para o bolso do consumidor e para a dinâmica econômica do país.

A aceleração do IPA-M e a pressão no atacado

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), componente que avalia a variação dos preços de bens no atacado, teve um aumento de 1,20% para 1,25% na comparação entre outubro e a primeira prévia de novembro. O IPA-M tem uma grande relevância porque antecipa os custos para o consumidor final, uma vez que ele reflete o preço de produção antes da chegada ao varejo. O avanço no IPA-M pode ser sinal de aumento nos preços de produtos industriais e agrícolas, que, consequentemente, impactam no custo dos produtos no mercado de consumo.

Esse aumento no IPA-M, que mede a inflação no atacado, é um indicativo de que o setor industrial e o agrícola enfrentam pressão, o que pode refletir em um encarecimento de produtos para os consumidores ao longo dos próximos meses.

Alta no IPC-M: aumento nos preços no varejo

Outro componente relevante do IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), também apresentou uma leve aceleração, passando de 0,19% para 0,22% na comparação mensal. O IPC-M mede a variação dos preços no varejo e, portanto, tem um impacto direto no custo de vida dos consumidores. O aumento no IPC-M reflete uma ligeira alta nos preços de bens e serviços consumidos pelas famílias brasileiras, como alimentos, vestuário, transporte e saúde.

Esse movimento é um reflexo da elevação nos preços de produtos básicos e serviços, que vêm acompanhando a inflação nos últimos meses. Embora o aumento não tenha sido expressivo, ele indica que a pressão sobre o consumidor continua, o que pode afetar o poder de compra das famílias e a dinâmica econômica do país.

O INCC-M e o impacto na construção civil

O Índice de Custo da Construção (INCC-M), por sua vez, também apresentou uma leve variação, passando de 0,58% para 0,59%. O INCC-M mede o custo da mão de obra e dos materiais utilizados na construção civil. Esse indicador é importante para compreender o impacto dos custos na construção de imóveis, reformas e obras públicas. A leve alta no INCC-M sugere uma continuidade da pressão nos custos do setor da construção, que pode afetar os preços de imóveis e aumentar os custos das obras no Brasil.

Essa variação no INCC-M demonstra que, apesar da leve aceleração, os custos de construção ainda estão em um patamar elevado, o que pode gerar impacto no preço final de imóveis e na realização de obras no país.

Por que esses dados são relevantes?

A aceleração do IGP-M e dos seus componentes reflete um cenário de aumento generalizado nos preços no Brasil. A alta observada no IPA-M indica que os custos para a indústria e para o setor agrícola estão aumentando, o que pode ser repassado ao consumidor final. Por sua vez, o aumento no IPC-M demonstra que, mesmo que em níveis mais modestos, os preços ao consumidor estão subindo, impactando diretamente o poder de compra das famílias brasileiras.

Esse aumento nos preços também pode influenciar a política monetária do Banco Central, que pode utilizar o aumento da taxa de juros para conter a inflação. A aceleração do IGP-M pode ser um indicativo de que o país ainda enfrenta desafios inflacionários, o que exige atenção tanto do governo quanto dos consumidores.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.