O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) apresentou uma alta significativa de 1,03% em setembro, após um aumento de 0,12% em agosto, conforme divulgado pela FGV/Ibre nesta segunda-feira (07).

Com esse resultado, o índice acumula uma elevação de 3,12% no ano e 4,83% nos últimos 12 meses. Em setembro de 2023, o IGP-DI havia registrado uma alta de 0,45% no mês, mas uma queda acumulada de 5,34% nos 12 meses anteriores.

André Braz, coordenador da pesquisa, destacou que as commodities relevantes para o índice de preços ao produtor, como soja, bovinos, leite e laranja, tiveram aumentos expressivos entre agosto e setembro, tornando os produtos agrícolas os principais responsáveis pela aceleração da inflação ao produtor. 

“No índice voltado ao consumidor, os principais fatores foram energia elétrica, passagens aéreas, aluguéis residenciais, serviços bancários e cigarros, com o setor de serviços sendo o destaque. Já na construção civil, a alta nos preços dos materiais foi mais moderada, ajudando a conter a inflação no setor,” explicou André Braz, coordenador da pesquisa”, acrescentou. 

É importante explicar que o IGP-DI é composto por três subíndices:

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do índice;
  •  Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que corresponde a 30%, e
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que ocupa os 10% restantes.

Preços ao Produtor

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou uma alta de 1,20% em setembro, após um avanço de 0,11% em agosto.

Ao analisar os estágios de processamento, o grupo de Bens Finais apresentou uma variação de 0,12% em agosto para 0,90% em setembro, com destaque para os alimentos processados, cuja variação saltou de 0,83% para 2,60%. O índice de Bens Finais, excluindo alimentos in natura e combustíveis para consumo, subiu 1,19% em setembro, em comparação com 0,56% em agosto.

Já o grupo de Bens Intermediários teve uma leve elevação, passando de 0,61% em agosto para 0,62% em setembro, impulsionado pelos materiais e componentes para manufatura, que passaram de 0,60% para 1,23%. O índice de Bens Intermediários, excluindo combustíveis e lubrificantes, subiu 1,05%, em relação aos 0,69% de agosto.

As Matérias-Primas Brutas registraram alta de 2,19% em setembro, revertendo a queda de 0,47% no mês anterior. Entre os itens que contribuíram para essa alta estão a soja em grão, que passou de -2,03% para 6,51%, o leite in natura (de 0,65% para 5,37%) e os bovinos (de 2,75% para 5,87%). Por outro lado, produtos como cana-de-açúcar (de 1,35% para 0,11%), aves (de 1,99% para 1,18%) e algodão em caroço (de -2,74% para -3,13%) apresentaram quedas.

Preços ao Consumidor

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou uma alta de 0,63% em setembro, revertendo a queda de 0,16% registrada em agosto.

Seis das oito classes de despesa que compõem o índice tiveram aumento em suas variações:

  • Habitação de -0,40% para 1,72%
  • Alimentação de -1,03% para 0,04%
  • Educação, Leitura e Recreação de -0,60% para 1,51%
  • Despesas Diversas de 0,45% para 1,85%
  • Saúde e Cuidados Pessoais de 0,14% para 0,37%
  • Comunicação de 0,16% para 0,31%

Entre os principais itens, destacaram-se a tarifa de eletricidade residencial, que saltou de -2,09% para 7,04%, hortaliças e legumes, que caíram menos, de -17,25% para -9,56%, e a passagem aérea, que subiu de -3,46% para 8,78%.

Outros itens com aumentos significativos foram os cigarros, que passaram de 0,75% para 8,30%, os artigos de higiene pessoal (de -0,44% para 0,35%) e a mensalidade de TV por assinatura (de 0,34% para 3,38%).

Por outro lado, os grupos Transportes e Vestuário mostraram queda nas suas variações. Transportes recuou de 0,82% para -0,32%, impactado pela gasolina, que passou de 2,29% para -0,96%, enquanto Vestuário caiu de -0,04% para -0,09%, puxado pela queda nas roupas, que variaram de 0,07% para -0,23%.

O núcleo do IPC, que exclui itens com variações extremas, subiu 0,39% em setembro, acima dos 0,20% de agosto. Dos 85 itens do IPC, 42 foram excluídos do cálculo do núcleo, sendo 28 com variações abaixo de 0,11% e 14 acima de 0,59%. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com alta, subiu para 53,23%, comparado aos 48,71% de agosto.

Custo da Construção

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,58% em setembro, abaixo do índice de 0,70% observado em agosto.

As variações nos três grupos que compõem o INCC foram as seguintes: Materiais e Equipamentos, que desacelerou de 0,77% em agosto para 0,53% em setembro; Serviços, que subiu de 0,12% para 0,64%; e Mão de Obra, que também teve uma leve redução, passando de 0,69% para 0,64%.