IGP-DI sobe 0,30% em abril, abaixo das expectativas de mercado
Em abril de 2025, o IGP-DI subiu 0,30%, abaixo da expectativa de 0,35%. O índice reflete uma recuperação parcial após a queda de 0,50% em março, sendo impulsionado principalmente pelo aumento nos preços da indústria de transformação e pelos reajustes nos medicamentos e energia elétrica.

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou uma alta de 0,30% em abril, após a queda de 0,50% no mês anterior, conforme dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (8). Embora tenha apresentado recuperação em relação ao mês anterior, o indicador ficou abaixo da previsão de analistas, que esperavam uma variação de 0,35% para o período. Esse desempenho reflete uma dinâmica de preços mistos, com influência de diferentes setores da economia, como alimentos e saúde.
Lia também: Quais as 10 melhores criptomoedas promissoras para 2025?
Desempenho do IPA-DI
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que tem maior peso no cálculo do IGP-DI (representando 60% do índice geral), subiu 0,20% em abril. Esse avanço reverteu a queda de 0,88% observada no mês anterior. O principal fator que contribuiu para esse aumento foi a recuperação nos preços dos produtos da indústria de transformação, especialmente alimentos processados.
Matheus Dias, economista do FGV IBRE, explicou que esse movimento pode ser reflexo de um repasse de custos mais elevados para os consumidores, principalmente em produtos alimentícios. A alta nos preços dos Bens Finais, que subiram 1,03% no mês, foi um dos destaques do IPA-DI, indicando que a pressão sobre os custos da indústria pode continuar nos próximos meses.
Principais itens que impactaram o IPA-DI:
- Bovinos: variação de -2,21% para +4,45%
- Carne bovina: de -5,21% para +4,04%
- Soja em grão: de -0,15% para +1,27%
Esses itens refletem os desafios do setor agropecuário e seus efeitos diretos sobre o bolso do consumidor, visto que influenciam tanto os preços no atacado quanto no varejo.
IPC acelera com reajustes nos preços de medicamentos e energia elétrica
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), responsável por 30% do IGP-DI, apresentou uma aceleração de 0,52% em abril, frente a 0,44% em março. A principal pressão sobre o IPC veio do setor de Saúde e Cuidados Pessoais, que registrou um aumento de 1,41%, impactado pelos reajustes de preços nos medicamentos, que começaram a ser aplicados a partir de abril deste ano.
Além disso, o índice de energia elétrica residencial subiu 1,10%, recuperando-se de uma queda de 0,16% no mês anterior, o que contribuiu para a alta geral no IPC.
Destaques do IPC:
- Tomate: alta de 16,14% (março: +14,48%)
- Tarifa de eletricidade: aumento de 1,10% (março: -0,16%)
- Saúde e Cuidados Pessoais: variação de 1,41% (anteriormente 0,56%)
Esses aumentos no preço de produtos essenciais, como alimentos e energia, impactam diretamente o custo de vida das famílias brasileiras, sendo um dos principais motores da inflação nos últimos meses.
INCC também registra aceleração
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve uma alta de 0,52% em abril, comparado com o aumento de 0,39% registrado em março. O INCC é um indicador fundamental para o setor da construção civil, pois mede o custo dos materiais e serviços envolvidos na construção de imóveis, além de influenciar diretamente no valor final das obras. Essa aceleração pode ser um indicativo de que o mercado da construção civil continua enfrentando desafios relacionados ao aumento dos custos de insumos e mão de obra.
Metodologia e relevância do IGP-DI
O IGP-DI é um índice amplamente utilizado para medir a variação de preços em diferentes setores da economia, incluindo o atacado, o varejo e a construção civil. A sua composição leva em conta o Índice de Preços ao Produtor Ampl