Puxado por Vale e Petrobras, Ibovespa encerra em queda
O Ibovespa fechou o pregão de 23 de janeiro em queda de 0,40%, refletindo a desvalorização das ações de grandes empresas como Petrobras e Vale.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve um desempenho negativo nesta quinta-feira, 23 de janeiro, encerrando o dia com uma queda de 0,40%, aos 122.482,99 pontos. Embora o índice tenha iniciado o pregão com ganhos, favorecido pela alta nos preços do petróleo e minério de ferro, as ações de grandes empresas como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) acabaram influenciando o resultado negativo. Neste cenário, fatores internos e externos, como incertezas fiscais e geopolíticas, exerceram forte pressão sobre o mercado, refletindo no desempenho das principais ações.
O impacto das Blue Chips e o cenário internacional
O mercado doméstico foi puxado para baixo principalmente pelos desempenhos de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), as duas maiores blue chips da bolsa brasileira. A Petrobras abriu o pregão com alta, impulsionada pela valorização do petróleo no mercado internacional, mas acabou revertendo a tendência à medida que o dia avançava. No final do pregão, as ações da estatal fecharam em queda, impactando diretamente o desempenho do Ibovespa.
Vale, por sua vez, enfrentou um movimento semelhante. Apesar de o minério de ferro ter terminado o dia com alta, impulsionado pela demanda da China, a mineradora viu suas ações caírem 0,65%, reflexo de uma série de incertezas econômicas e políticas. A tensão crescente em torno de tarifas comerciais, particularmente com os Estados Unidos, e a volatilidade nos preços do aço limitou os avanços do minério de ferro, impactando diretamente o desempenho da empresa no mercado de ações.
A preocupação com o quadro fiscal do Brasil também pesou negativamente no Ibovespa. As incertezas sobre a sustentabilidade da dívida pública e as políticas econômicas do governo federal continuaram a desestimular o interesse dos investidores estrangeiros na bolsa brasileira, o que ampliou a aversão ao risco.
Setores em alta e em baixa no Ibovespa
Apesar da queda do índice principal, alguns papéis conseguiram registrar ganhos, com destaque para Marfrig (MRFG3), Braskem (BRKM5) e Banco do Brasil (BBAS3). A Marfrig, uma das maiores frigoríficas do país, teve uma alta significativa após receber uma recomendação de compra do Goldman Sachs, que destacou o melhor risco-retorno da ação, atraindo investidores. Já a Braskem se beneficiou de um movimento positivo no setor petroquímico, enquanto o Banco do Brasil teve um bom desempenho devido ao seu sólido balanço financeiro.
Por outro lado, setores mais sensíveis às oscilações da economia, como construção civil e energia, enfrentaram dificuldades. MRV (MRVE3), PRIO (PRIO3) e PetroReconcavo (RECV3) lideraram as quedas, com o setor de petróleo sendo impactado pela volatilidade nos preços da commodity. A alta da taxa de juros também gerou pressão sobre ações de empresas mais sensíveis ao custo do crédito, como GPA (PCAR3) e Natura (NTCO3), que também fecharam em baixa.
Fatores externos que influenciaram o mercado
Enquanto o mercado brasileiro experimentava quedas, as bolsas dos Estados Unidos mostraram otimismo. O Dow Jones subiu 0,92%, atingindo 44.565 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 0,53%, e o Nasdaq registrou alta de 0,22%. O otimismo nos mercados norte-americanos foi impulsionado por uma combinação de bons resultados corporativos e as declarações de Donald Trump no Fórum Econômico Mundial em Davos. O presidente dos EUA sugeriu que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) reduzisse os preços do petróleo e fez um apelo para que os bancos centrais globais cortassem as taxas de juros.
Essas declarações ajudaram a impulsionar os índices de ações, enquanto os investidores digeriam os balanços corporativos. Trump também alertou que os produtos fabricados fora dos EUA poderiam estar sujeitos a novas tarifas, uma medida que pode impactar a economia global, gerando um efeito de incerteza nos mercados internacionais.
Dólar e mercado europeu
O câmbio também foi impactado por esses fatores. O dólar encerrou o dia em queda de 0,35%, cotado a R$ 5,925. Esse movimento foi reflexo de uma diminuição nos prêmios de risco relacionados à política comercial dos Estados Unidos e à retirada gradual de investimentos em ativos de risco.
Na Europa, as ações também registraram alta, com o índice pan-europeu STOXX 600 subindo 0,44%, marcando o seu sétimo dia consecutivo de ganhos. As ações do setor financeiro foram os principais impulsionadores dessa alta. No entanto, quedas no setor de tecnologia, principalmente relacionadas às grandes empresas, ajudaram a atenuar os ganhos.
Maiores altas do Ibovespa hoje (23)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
MRFG3 | +4.06% | R$ 15,64 |
BRKM5 | +3.56% | R$ 14,53 |
YDUQ3 | +2.76% | R$ 9,30 |
COGN3 | +2.33% | R$ 1,32 |
BBAS3 | +2.26% | R$ 26,72 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (23)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
BEEF3 | -6.67% | R$ 4,48 |
MRVE3 | -5.70% | R$ 5,13 |
PCAR3 | -5.57% | R$ 2,71 |
RECV3 | -5.05% | R$ 15,81 |
NTCO3 | -4.31% | R$ 12,20 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 122.483 | -488 | 0,40% |
🇧🇷 USD/BRL | 5,9220 | -0,0180 | -0,30% |
🇺🇸 S&P 500 | 6.118,72 | +32,35 | +0,53% |
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