O Ibovespa encerrou a sexta-feira (25) praticamente estável, mas fechou a semana com um dos desempenhos mais fortes dos últimos tempos. Apesar da alta modesta no dia, de apenas 0,12%, o principal índice da Bolsa brasileira acumulou um ganho expressivo de 3,93% nos últimos cinco pregões — a melhor performance semanal desde outubro de 2023.

O desempenho positivo foi impulsionado por uma combinação de fatores internos e externos, como balanços corporativos, dados econômicos e alívio nas tensões comerciais entre China e Estados Unidos.

Ibovespa fecha semana com forte valorização

O índice Ibovespa subiu nesta sexta para os 134.739,28 pontos, com um avanço de apenas 158,85 pontos no dia. No entanto, a trajetória da semana mostrou fôlego: a Bolsa engatou cinco sessões consecutivas de alta. Esse movimento marca a melhor semana desde o intervalo entre 30 de outubro e 3 de novembro do ano passado, quando acumulou valorização de 4,29%.

Mesmo com o dólar comercial praticamente estável — recuando 0,08%, a R$ 5,687 —, os juros futuros (DIs) subiram em toda a curva, indicando que o mercado ainda aguarda sinais mais firmes sobre a condução da política monetária, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Azul lidera perdas e arrasta o Ibovespa no dia

O grande destaque negativo desta sexta-feira foi a ação da Azul (AZUL4), que afundou 17,37% e terminou como o papel mais negociado do dia. Somando-se à queda de quase 25% na quinta-feira, a companhia aérea acumulou uma perda de mais de 36% apenas nesta semana. O tombo ocorreu após uma oferta de ações que não agradou ao mercado, elevando a aversão ao risco por parte dos investidores.

A performance da Azul afetou diretamente o desempenho do Ibovespa, impedindo uma alta mais robusta no encerramento da semana. Outras ações que também recuaram com força foram EZTec (EZTC3), com baixa de 5,56%, e Cyrela (CYRE3), que caiu 5,27%.

Queda nas ações da Vale impacta desempenho do índice

Outro fator que limitou os ganhos do Ibovespa foi o balanço trimestral da Vale (VALE3). A mineradora reportou lucro líquido de US$ 1,394 bilhão no primeiro trimestre de 2025, representando uma queda de 17% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado decepcionou parte dos analistas, e a ação caiu 2,64% no dia.

A XP Investimentos ressaltou que o preço do minério de ferro caiu 16% na comparação anual, o que pressionou a receita da companhia. A tendência de baixa ainda predomina no gráfico semanal da ação, mesmo com tentativas de recuperação pontuais.

Frigoríficos impulsionam lado positivo da Bolsa

Na contramão das perdas, os frigoríficos se destacaram positivamente. A ação da Marfrig (MRFG3) liderou as altas do dia, com uma disparada de 8,45%, seguida por Minerva (BEEF3), que subiu 4,40%. Outros papéis do setor também registraram desempenho sólido, contribuindo para equilibrar o movimento do Ibovespa.

Petrobras (PETR4) avançou levemente, com alta de 0,30%, acompanhando a oscilação dos preços internacionais do petróleo. Entre os bancos, apenas o Banco do Brasil (BBAS3) terminou o dia no positivo, com alta de 1,12%.

Maiores altas do índice Ibovespa hoje (25)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
MRFG3+8.45%R$ 22,85
BEEF3+4.40%R$ 7,83
AURE3+4.07%R$ 8,87
BRFS3+4.04%R$ 22,90
VIVA3+3.12%R$ 21,14

Maiores quedas do Ibovespa hoje (25)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
AZUL4-17.37%R$ 1,95
CYRE3-5.27%R$ 25,53
YDUQ3-4.13%R$ 14,16
BRKM5-3.17%R$ 11,29
RECV3-3.14%R$ 13,56

Tensões comerciais entre EUA e China aliviam e animam mercados globais

Um dos fatores que influenciaram positivamente os mercados nesta sexta foi a notícia de que a China decidiu isentar alguns produtos dos Estados Unidos das tarifas de 125%. Além disso, o governo chinês solicitou que empresas identifiquem itens essenciais que devem ser isentos de tarifas. Pequim também prometeu apoiar empresas afetadas pela guerra comercial.

Nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump afirmou que o país só retirará tarifas contra a China se houver contrapartidas. Mesmo com essa declaração, as bolsas de Wall Street encerraram o dia em alta, influenciadas por expectativas mais otimistas sobre as negociações bilaterais.

IPCA-15 vem dentro do esperado, mas alimentos seguem preocupando

No Brasil, o dado macroeconômico mais relevante do dia foi o IPCA-15 de abril, que registrou uma alta de 0,22%. O número veio dentro das expectativas do mercado, mas segue mostrando pressão no setor de alimentos. Economistas como Luiz Otávio Leal, da G5 Partners, alertam que, apesar de resultados pontuais favoráveis, a trajetória da inflação ainda gera preocupação.

O IPCA-15 de abril foi 0,22 ponto percentual superior ao mesmo mês de 2024, o que reforça o desafio do Banco Central em manter a inflação sob controle e dentro da meta estabelecida.

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa134.739+159+0,12%
🇧🇷 USD/BRL5,6848+0,0031+0,05%
🇺🇸 S&P 5005.525,21+40,44+0,74%

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Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.