Bolsa cai aos 124 mil pontos, dólar avança e mercado reage a incertezas externas
O Ibovespa interrompeu sua sequência de ganhos e registrou uma queda de 0,41%, fechando aos 124.519 pontos.

O Ibovespa (IBOV) perdeu fôlego nesta segunda-feira (10), interrompendo sua sequência de ganhos e encerrando o pregão em queda de 0,41%, aos 124.519,38 pontos. O desempenho do principal índice da bolsa brasileira foi influenciado pelo tombo de Wall Street e pela reação a um cenário econômico misto, com expectativas de inflação em alta e o mercado em compasso de espera pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro.
No mesmo dia, o dólar à vista (USBRL) registrou um avanço de 1,07%, fechando a R$ 5,8521. O mercado interno repercutiu as novas projeções do Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, que revisou a expectativa de inflação para 2025, enquanto investidores internacionais demonstraram maior cautela diante do risco de recessão nos Estados Unidos.
Desempenho do Ibovespa e Dólar
A queda do Ibovespa e a alta do dólar refletem o impacto das pressões externas no mercado brasileiro. O índice de ações brasileiro teve seu pior desempenho após uma série de altas consecutivas, enquanto o dólar, influenciado pela aversão ao risco global, subiu, refletindo o nervosismo de investidores diante das incertezas econômicas.
A volatilidade externa foi amplificada pela forte queda das bolsas de valores nos Estados Unidos, em um cenário em que o VIX (CBOE Volatility Index), indicador de aversão ao risco, subiu para os maiores níveis do ano, sugerindo um crescente medo dos investidores em relação à economia global. Esse sentimento foi acentuado pelas declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não descartou a possibilidade de uma recessão, gerando receio sobre o impacto nas economias emergentes, como o Brasil.
Além disso, o mercado brasileiro segue atento às projeções econômicas locais, como as do Relatório Focus, que revisou para cima as expectativas de inflação, mas manteve a Selic em 15% e projetou um câmbio de R$ 5,99 em dezembro de 2025.
Ações que se destacaram no mercado
Apesar da queda no Ibovespa, algumas ações se destacaram positivamente, como as da Magazine Luiza (MGLU3), que dispararam 8% no pregão. A varejista reagiu com força a anúncios de mudanças na sua estrutura organizacional, como a unificação das vice-presidências para acelerar sua transformação digital. O Citi destacou a iniciativa como um investimento contínuo no marketplace, o que pode garantir à empresa um crescimento sustentável no futuro, apesar das dificuldades econômicas.
Outro destaque foi a Casas Bahia (BHIA3), cujas ações dispararam quase 40%, impulsionadas pela pressão de investidores com posição vendida na varejista. Aproximadamente 25% das ações da Casas Bahia e do Ponto Frio estão em posição vendida, o que elevou o volume de negociações e contribuiu para a alta dos papéis.
Brava Energia e setor de commodities
Já no setor de commodities, o desempenho foi negativo, especialmente para empresas como Brava Energia (BRAV3), que viu suas ações devolverem parte dos ganhos conquistados na semana anterior. Esse movimento foi em grande parte impulsionado pela queda no preço do petróleo, com o Brent caindo 1,53% e fechando a US$ 69,28 o barril. A baixa no preço do petróleo afeta diretamente o desempenho de empresas do setor energético, o que gerou desconfiança entre investidores.
Além disso, as Petrobras (PETR4; PETR3) e Vale (VALE3) também registraram quedas, acompanhando a tendência de declínio das commodities, que sofreram pressão no mercado internacional.
Expectativas e riscos
O mercado global está atento ao desenrolar da economia norte-americana, com um crescente temor de recessão. O VIX, também conhecido como o “termômetro do medo”, atingiu o maior nível desde dezembro de 2024, sinalizando a crescente aversão ao risco entre os investidores internacionais. O presidente Donald Trump reforçou esses temores ao afirmar que a economia pode enfrentar um período de transição, elevando ainda mais a incerteza no mercado global.
Os investidores aguardam com expectativa a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de fevereiro, prevista para esta quarta-feira (13), que pode influenciar diretamente as apostas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos. A inflação e as decisões sobre a política monetária do Federal Reserve têm grande impacto no mercado global, e qualquer surpresa no CPI pode gerar novos movimentos nos mercados financeiros, tanto no Brasil quanto no exterior.
Fechamento das bolsas no exterior
O desempenho das bolsas nos Estados Unidos foi marcado por quedas acentuadas, com o Dow Jones recuando 2,08%, o S&P 500 caindo 2,69%, e o Nasdaq sofrendo uma perda de 4,00%. Esse movimento reflete a crescente preocupação com a possibilidade de recessão e a instabilidade nas perspectivas econômicas globais.
Na Europa, as bolsas também encerraram em baixa, com o índice Stoxx 600 caindo 1,29%, atingindo seu menor nível em quase um mês. As incertezas em relação à economia dos Estados Unidos afetaram o mercado europeu, que já vinha enfrentando desafios com a desaceleração econômica global.
Maiores altas do Ibovespa hoje (10)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
MGLU3 | +4.96% | R$ 8,25 |
ASAI3 | +3.97% | R$ 7,07 |
JBSS3 | +2.67% | R$ 32,34 |
PETZ3 | +2.35% | R$ 4,35 |
EQTL3 | +1.30% | R$ 31,20 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (10)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
BRAV3 | -5.72% | R$ 16,80 |
HAPV3 | -5.53% | R$ 2,05 |
CXSE3 | -4.07% | R$ 15,34 |
AMOB3 | -3.85% | R$ 0,25 |
POMO4 | -3.74% | R$ 6,95 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 124.519 | -515 | -0,41% |
🇧🇷 USD/BRL | 5,8554 | +0,0685 | +1,18% |
🇺🇸 S&P 500 | 5.614,71 | -155,49 | -2,69% |
Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: