Bolsa sobe, impulsionado por bancos e varejo; Vale e Petrobras fecham em queda
O Ibovespa fechou em alta de 0,69%, impulsionado por bons desempenhos nos setores de bancos e varejo.
Na terça-feira (26), o Ibovespa conseguiu manter o ritmo de valorização, subindo 0,69%, aos 129.922,38 pontos, após um avanço de 879,76 pontos. O mercado brasileiro foi influenciado por uma série de fatores internos e externos, com o desempenho positivo de ações de bancos e varejo, enquanto as ações de Vale e Petrobras enfrentaram pressões. Além disso, o dólar comercial apresentou leve alta, subindo 0,04%, a R$ 5,808. No exterior, as bolsas de valores também registraram ganhos, impulsionadas pela Ata do Federal Reserve, que sinalizou um ritmo mais moderado no corte de taxas de juros nos EUA.
O que impulsionou o desempenho do índice?
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia com uma alta expressiva de 0,69%. O bom desempenho do índice foi sustentado pelo avanço das ações de grandes bancos e varejistas. As ações do setor bancário, por exemplo, tiveram uma performance sólida. O Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 1,91%, o Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,34%, o Bradesco (BBDC4) teve uma valorização de 0,66%, e o Santander (SANB11) fechou com alta de 0,49%. Essas altas refletiram a confiança do mercado no setor financeiro, que continua sendo um dos pilares da economia brasileira.
Além dos bancos, o setor de varejo também se destacou, com ações de Magazine Luiza (MGLU3) e Lojas Renner (LREN3) subindo, respectivamente, 6,29% e 5,00%. Esses números são um reflexo do bom desempenho do comércio, com expectativas de recuperação econômica que impulsionaram o setor. A valorização de ações como essas é um indicativo de que o mercado vê com bons olhos o futuro do consumo no Brasil.
Vale e Petrobras entre os destaques negativos
No entanto, o dia não foi favorável para todos os setores. As ações da Vale (VALE3) fecharam com queda de 1,27%, mesmo com as oscilações do preço do minério de ferro. A desaceleração nas expectativas de crescimento global e a pressão sobre os preços das commodities contribuíram para essa queda. Da mesma forma, a Petrobras (PETR4) teve um desempenho negativo, com uma redução de 0,13%, após a queda nos preços do petróleo, que também foi afetada pelo recuo nas tensões no Oriente Médio, embora o cenário internacional ainda mantenha incertezas, especialmente em relação ao Irã.
Além disso, as ações dos frigoríficos também apresentaram perdas, com destaque para a Minerva (BEEF3), que caiu 0,52%, e a BRF (BRFS3), que registrou uma queda de 2,29%. Isso se deve à volatilidade no mercado de proteínas, que enfrenta desafios internos e externos que afetam diretamente as operações dessas empresas.
Maiores altas do Ibovespa hoje (26)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
BRAV3 | +9.33% | R$ 20,86 |
MGLU3 | +6.29% | R$ 10,64 |
CPLE6 | +5.27% | R$ 10,18 |
LREN3 | +5.00% | R$ 17,02 |
ASAI3 | +4.92% | R$ 7,89 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (26)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
BRFS3 | -2.31% | R$ 24,38 |
BRKM5 | -2.14% | R$ 15,10 |
CSAN3 | -2.05% | R$ 11,01 |
GGBR4 | -1.77% | R$ 19,95 |
EGIE3 | -1.72% | R$ 38,75 |
Como o cenário internacional influenciou o mercado brasileiro?
O desempenho do Ibovespa também foi impactado por fatores externos. Nos Estados Unidos, os índices das bolsas de valores registraram ganhos. O Dow Jones subiu 0,28%, o S&P 500 avançou 0,57%, e o Nasdaq teve uma alta de 0,63%. A movimentação foi influenciada pela decisão do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de aumentar tarifas sobre produtos canadenses, mexicanos e chineses, o que afetou as bolsas europeias, mas não teve o mesmo impacto em Wall Street.
A maior parte da atenção dos investidores foi voltada para a Ata da reunião de novembro do Federal Reserve (Fed), que mostrou uma postura mais cautelosa quanto a novos cortes nas taxas de juros. O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, interpretou a Ata como um indicativo de que o Fed deve pausar os cortes nas taxas no primeiro trimestre de 2025. Isso ocorre após os dados de inflação indicarem que a situação econômica ainda exige cuidados, especialmente com a aceleração dos preços dos serviços nos EUA.
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 129.922 | +886 | +0,69% |
🇧🇷 USD/BRL | 5,8095 | +0,0117 | +0,20% |
🇺🇸 S&P 500 | 6.021,63 | +34,26 | +0,57% |
O que esperar para os próximos dias?
Os investidores continuam acompanhando de perto os desdobramentos da política fiscal no Brasil, especialmente o pacote de corte de gastos do governo federal. Embora o IPCA-15 de novembro tenha mostrado uma aceleração na inflação, a XP Investimentos manteve sua visão de que o cenário inflacionário continua desafiador. Para o Itaú BBA, a deterioração da inflação continua, embora em menor intensidade do que o esperado.
Além disso, a quarta-feira (27) promete trazer dados cruciais para o mercado. Serão divulgados o PIB do 3º trimestre de 2024 e a inflação de consumo pessoal, ou PCE, que é um dos principais indicadores para o Federal Reserve. O impacto desses dados poderá definir as expectativas dos investidores para o cenário econômico global, além de influenciar a política monetária nos Estados Unidos.