O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou alta de 0,4% em agosto em relação a julho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (16). Apesar do aumento, que indica recuperação após três quedas consecutivas, economistas mantêm a projeção de desaceleração do crescimento econômico, apontando para um ritmo mais contido da atividade doméstica no restante do ano.

O resultado de agosto ficou abaixo das expectativas do mercado, que previa alta de 0,7%, e também da projeção da XP Investimentos, que estimava 1,1%. Para especialistas, a alta do IBC-Br não deve ser interpretada como uma tendência de crescimento sustentável, mas sim como um ponto de oscilação dentro de um cenário de crescimento moderado.

Leia também:

IBC-Br em alta, mas sinais de desaceleração persistem

O IBC-Br é considerado um termômetro da economia brasileira, refletindo a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) antes da divulgação oficial pelo IBGE. Segundo análise da XP, o efeito estatístico de arrasto indica que o 3º trimestre de 2025 poderá apresentar queda de 0,8% em relação ao trimestre anterior. Na comparação anual, o índice avançou 0,1% sobre agosto de 2024, resultando em um ganho de 3,2% na soma móvel de 12 meses.

Além disso, o relatório destaca revisões de dados anteriores, com julho registrando aumento anualizado de 1,2%, acima da primeira divulgação de 1,1%. Apesar dessa elevação, os economistas afirmam que a atividade econômica mostra sinais de desaceleração, principalmente em função de condições de crédito mais restritivas, aumento da inadimplência e endividamento das famílias.

Projeções da XP e manutenção da estimativa do PIB 2025

A XP Investimentos mantém sua projeção de crescimento do PIB para 2025, apesar do ritmo moderado da atividade econômica. A corretora estima que o 3º trimestre de 2025 apresentará alta de apenas 0,2% na comparação trimestral e 1,65% na anual.

Economistas da XP destacam que, embora o crescimento da atividade esteja desacelerando, o aumento da renda das famílias continua sendo um fator de amortecimento importante no curto prazo. “A atividade doméstica tem desacelerado ao longo da segunda metade do ano, em linha com o agravamento das condições de crédito, mas o crescimento sólido da renda mantém o consumo relativamente estável”, afirma o relatório da corretora.

Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: 

Instagram | Linkedin