A relação entre GSP Holding e Corinthians surgiu depois que o candidato à presidência do clube, André Castro, anunciou que a empresa faria um investimento de US$ 1 bilhão para fortalecer a estrutura e o futebol do clube.

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O que é a GSP Holding e como vai funcionar o investimento no Corinthians

A GSP Holding reúne diversas empresas, e sua filial, a GSP Banco de Fomento Mercantil, tem como principal atividade a compra de créditos de outras empresas, pagando à vista com desconto e assumindo o direito de receber o valor total futuramente. Esse modelo é conhecido como factoring e difere fundamentalmente do funcionamento de um banco, que opera com recursos de terceiros e está regulado pelo Banco Central.

Bancos e factorings são modelos completamente distintos. A única semelhança é que ambas fornecem dinheiro a quem precisa, explicou o advogado Fabiano Jantalia, especialista em Direito Bancário, em entrevista ao GE.

As Factorings trabalham com capital próprio, não têm regulação do Banco Central e normalmente não investem em grandes patrocínios esportivos.

No caso do Corinthians, André Castro afirmou que a GSP Holding faria aportes financeiros em infraestrutura, marketing, categorias de base e futebol profissional, condicionados à sua eleição para presidência do clube. A ideia seria uma espécie de parceria estratégica que envolveria recursos e modernização do clube.

Contradições e riscos do aporte da GSP Holding Corinthians

Apesar das declarações de André Castro, nem a GSP Banco de Fomento Mercantil Ltda nem a GSP Holding estão registradas no Banco Central. A empresa, em seu site oficial, reforça atuação em fomento mercantil, parcerias comerciais e prestação de serviços, não mencionando operação como banco tradicional.

— É preciso analisar com cautela, porque empresas de factoring não costumam realizar aportes de grande escala como patrocínio. O público-alvo delas são empresas, não torcedores — alerta Jantalia.

A assessoria de André Castro defende que a GSP Holding atua como “banco de fomento de negócios financeiros” e cita o Sisbacen (Sistema de Informações do Banco Central) como registro, mas até o momento não há comprovação formal de autorização para atuar como banco.

Implicações esportivas e financeiras

A situação da GSP Holding Corinthians levanta questões importantes sobre a segurança do aporte e o impacto financeiro no clube. Um investimento mal estruturado poderia afetar fluxo de caixa, planejamento orçamentário e estratégia esportiva, sobretudo em clubes com alto volume de gastos com salários, contratações e manutenção de infraestrutura.

Especialistas lembram que, em operações financeiras envolvendo clubes, é fundamental diferenciar investimento real, patrocínio e aporte de capital de risco, pois cada modalidade tem regras, garantias e riscos diferentes.

Situação atual do Corinthians

Após o impeachment de Augusto Melo, o Corinthians realizará eleição indireta no Conselho Deliberativo na próxima segunda-feira (25) para escolher o presidente que comandará o clube até o fim de 2026. André Castro concorre com Roque Citadini e possivelmente Osmar Stabile, presidente interino. A definição do novo mandatário será crucial para validar ou não a proposta de aporte anunciada pela GSP Holding.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.