CPI das apostas solicita acesso a inquérito sobre contrato entre Corinthians e Vai de Bet
A CPI das Apostas solicitou à Polícia Civil de São Paulo o acesso a documentos relacionados ao contrato de patrocínio entre o Corinthians e a Vai de Bet, que é investigado por suspeitas de lavagem de dinheiro e desvios.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas solicitou, na última sexta-feira (6), à Polícia Civil do Estado de São Paulo acesso ao inquérito que investiga o contrato de patrocínio entre o Corinthians e a empresa Vai de Bet. A solicitação visa esclarecer as suspeitas de lavagem de dinheiro e desvios financeiros envolvendo o clube paulista e sua antiga patrocinadora. O pedido foi feito pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, que destacou a importância dos documentos para o andamento das investigações.
O contrato entre o Corinthians e a Vai de Bet está no centro de uma investigação que envolve possíveis práticas ilícitas. A CPI das Apostas, que acompanha casos relacionados a fraudes e transações suspeitas no mercado de apostas esportivas, busca entender se houve lavagem de dinheiro e desvio de recursos. Para isso, a comissão solicitou à Polícia Civil de São Paulo, responsável pela investigação, acesso a cópias de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e do inquérito, que tramita sob sigilo judicial.
De acordo com Soraya Thronicke, os documentos são essenciais para a análise do caso, permitindo à CPI aprofundar a investigação sobre os métodos utilizados para ocultar transações financeiras ilícitas. A senadora afirmou que o acesso ao material permitirá identificar possíveis vínculos com outros envolvidos no esquema de lavagem de dinheiro e fraudes.
O inquérito da Polícia Civil sobre o contrato entre o Corinthians e a Vai de Bet segue duas linhas principais de investigação. A primeira delas envolve suspeitas de desvios de dinheiro por meio de “laranjas” em transações financeiras. A Polícia Civil apura um repasse de R$ 1 milhão feito por uma intermediária do contrato para a Neoway, uma empresa registrada em nome de uma moradora de Peruíbe, cidade do interior paulista. A investigação busca esclarecer se essa movimentação envolveu a utilização de empresas de fachada ou outras práticas fraudulentas.
A segunda linha de investigação diz respeito a relatórios elaborados pelo Coaf que identificaram transações suspeitas envolvendo o empresário Fernando de Oliveira Lima, conhecido como “Fernandin OIG”. Ele é suspeito de ser um dos responsáveis por facilitar operações de apostas online, o que poderia estar relacionado a práticas de lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas.
O que diz o empresário?
Fernando de Oliveira Lima foi ouvido pela CPI das Apostas, onde negou qualquer envolvimento com atividades ilegais, incluindo a propriedade do “Jogo do Tigrinho”, uma plataforma de apostas popular no Brasil, cuja legalidade tem sido questionada. O empresário declarou que sua empresa, a OIG, não está envolvida em operações fraudulentas ou de lavagem de dinheiro.
Entretanto, as investigações apontam que a empresa de Fernandin realizou um depósito de R$ 1,7 milhão para a ACJ Plataform Comércio e Serviços, uma empresa suspeita de atuar como fachada. Entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024, a ACJ movimentou R$ 10,7 milhões, com destaque para um depósito de R$ 600 mil direcionado à Neoway, empresa investigada pela Polícia Civil.