As ações do GPA (PCAR3) tiveram um forte desempenho nesta terça-feira (29), disparando até 16% em meio às expectativas de mudanças estratégicas no Conselho de Administração da companhia. As movimentações no mercado refletem a crescente atenção dos investidores sobre a assembleia marcada para a próxima semana, onde será discutida a reestruturação do comando da empresa. A proposta do investidor Nelson Tanure, que busca destituir o atual conselho e eleger novos membros, gerou um aumento considerável no preço das ações do grupo.

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A proposta de Tanure

Em março deste ano, o investidor Nelson Tanure propôs uma mudança drástica na governança do GPA, sugerindo a destituição do atual conselho de administração e a nomeação de novos membros, incluindo executivos indicados por ele próprio. Essa proposta ganhou força após o apoio de importantes acionistas da companhia, como o grupo Casino, que detém 22,5% das ações do GPA, e Ronaldo Iabrudi, com 5,50% das ações.

A proposta de Tanure visa trazer uma renovação na gestão do GPA, uma das maiores redes de varejo do Brasil, e se alinha a sua estratégia de transformação e reestruturação das operações do grupo. O empresário, por meio do fundo Saint German, controlado por ele, obteve o respaldo de outros investidores importantes, criando um movimento significativo que tem mexido com as ações da companhia nas últimas semanas.

O que está acontecendo com as ações do GPA?

A valorização das ações do GPA (PCAR3) é reflexo direto das expectativas do mercado sobre as mudanças no comando da empresa. Por volta das 12h30 desta terça-feira, os papéis do varejista subiam 10,12%, atingindo R$ 4,68, liderando a alta do Ibovespa, que registrava uma valorização de 0,73%. No auge da sessão, os ativos chegaram a R$ 4,95, o maior valor intradia desde janeiro do ano passado.

Essa reação do mercado está diretamente ligada às expectativas de reestruturação e à possível mudança na direção da empresa. De acordo com o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, as oscilações nas ações do GPA têm refletido o clima de incerteza e as expectativas de um novo ciclo para o varejista. Ele acredita que os investidores estão apostando em uma reviravolta estratégica, que poderia levar a um aumento na performance da empresa no longo prazo.

O Que Esperar da Assembleia Geral Extraordinária (AGE)

Diante da proposta de Tanure, o GPA convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para o dia 5 de maio. A assembleia será o momento crucial em que os acionistas decidirão o futuro do conselho de administração. A participação de Tanure e dos investidores que o apoiam poderá ser determinante para a aprovação da mudança.

Esse movimento ocorre em um cenário em que o GPA, que é conhecido pela rede de supermercados Pão de Açúcar, enfrenta desafios no setor de varejo, sendo pressionado a se modernizar e melhorar suas operações. O setor, por sua vez, atravessa um período de intensa competitividade, com outras grandes empresas também buscando inovação e adaptabilidade.

Volatilidade e expectativas no mercado

Desde o anúncio da proposta de Nelson Tanure, as ações do GPA (PCAR3) passaram a registrar oscilações significativas. Em 2 de abril, por exemplo, as ações subiram 15,8%, um dia após o anúncio de que os acionistas estavam apoiando a proposta de Tanure. Em 9 de abril, o papel voltou a registrar alta expressiva de 18,9%, indicando que o mercado está atento ao que ocorrerá na assembleia de maio.

Esse comportamento volátil das ações é um reflexo das expectativas sobre as mudanças no comando da empresa, que podem impactar diretamente na estratégia de operação do GPA. O mercado parece acreditar que uma renovação na administração poderia trazer novas perspectivas e um novo ciclo de crescimento para a companhia.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.