Durante um evento voltado para investidores, o governador de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas, comentou nesta segunda-feira (12) que o Brasil enfrenta um “certo pessimismo” internacional que, segundo ele, não é justificado pelos fundamentos econômicos do país.

A declaração foi feita pelo político no decorrer da sua participação na segunda edição do Warren Institutional Day, em São Paulo.

Apesar da declaração, Tarcísio destacou que o Brasil possui reservas robustas, consideravelmente superiores à dívida, e projeta um superávit comercial entre US$ 90 bilhões e US$ 100 bilhões.

Ele também observou que crises podem surgir espontaneamente devido a declarações ou outros fatores que perturbam o cenário, mas ressaltou que o principal desafio econômico do país é a questão fiscal.

Além disso, o governador afirmou que, embora o governo às vezes gaste mais do que deveria, ajustando algumas “alavancas”, o país pode voltar ao caminho certo e estar preparado para aproveitar novas oportunidades econômicas.

Tarcísio comenta sobre inflação

Em sua apresentação ao público do mercado financeiro, o governador de São Paulo enfatizou os desafios do cenário externo, especialmente devido à inflação, que se mostra mais resiliente do que o esperado, o que tem levado à manutenção de taxas de juros elevadas por um período mais prolongado.

Tarcísio observou que, diante dessa realidade inesperada, empresas estão aceitando pagar mais caro para produzir de forma sustentável e diversificar geograficamente suas operações, uma reação aos impactos da pandemia de Covid-19. Ele também mencionou o crescimento da massa salarial acima da inflação em diversos países, o que complica ainda mais o cenário econômico.

Além disso, o político discorreu sobre o elevado endividamento dos países desenvolvidos, acumulado durante a pandemia, que pode resultar em uma drenagem de liquidez internacional, criando um ambiente ainda mais desafiador para mercados emergentes como o Brasil. 

Por fim, Tarcísio reconheceu que, ao buscar investimentos internacionais, o Brasil precisa demonstrar um comportamento econômico disciplinado para atrair capital em um cenário global menos favorável.