A redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1 se tornaram uma das principais prioridades do governo federal no Congresso. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, anunciou que o tema será discutido nas comissões pertinentes da Câmara dos Deputados. A proposta, que busca melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, foi abordada com destaque durante as comemorações do Dia do Trabalhador, no dia 1º de maio, e está gerando grande mobilização entre os setores sindicalistas e políticos.

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A prioridade do governo e a declaração de Gleisi Hoffmann

Na última semana, durante a comemoração do Dia do Trabalhador, a ministra Gleisi Hoffmann destacou a proposta de redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1 como uma das principais prioridades do governo no Congresso Nacional. Segundo a ministra, o tema será debatido nas comissões pertinentes, com o objetivo de envolver não apenas os parlamentares, mas também a sociedade e os setores afetados. “O debate sobre o fim da escala 6×1, que limita a vida além do trabalho, será encaminhado para as comissões, para ouvir a todos os setores envolvidos e promover o avanço desse projeto com justiça para os trabalhadores”, afirmou Gleisi em publicação nas redes sociais.

A ministra ressaltou a importância do diálogo para avançar nas questões trabalhistas e defendeu que é possível promover mais empregos, mais desenvolvimento e mais justiça social. Esse posicionamento reflete um compromisso do governo com as pautas dos trabalhadores, que reivindicam melhores condições de trabalho e maior tempo para a vida pessoal e familiar.

O apoio do presidente Lula à redução da jornada

O apoio à proposta de redução da jornada de trabalho foi também reafirmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em pronunciamento oficial, Lula afirmou que o governo está empenhado em aprofundar o debate sobre a redução da jornada, destacando a relevância do tema para o desenvolvimento social do país. Ele ressaltou que a medida não é apenas um avanço para os trabalhadores, mas também uma forma de garantir um Brasil mais justo, onde a qualidade de vida não seja sacrificada pelo excesso de horas trabalhadas.

“Está na hora do Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade”, disse Lula, em referência à necessidade de um debate amplo que envolva os diversos segmentos sociais e políticos. A redução da jornada de trabalho pode trazer benefícios tanto para os empregados, que ganharão mais tempo para o descanso, como para o próprio desenvolvimento econômico do país, com a valorização da mão de obra.

O papel das centrais sindicais e a PEC 8/25

No contexto das mobilizações do 1º de Maio, as centrais sindicais também deram um forte apoio à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 8/25, que propõe a redução da jornada de trabalho no Brasil. Durante os atos realizados na capital paulista, líderes sindicais reforçaram a importância de um ajuste nas leis trabalhistas, que ainda mantêm uma jornada excessiva em muitos setores.

A PEC 8/25, que tramita no Congresso, tem o objetivo de reduzir a jornada de trabalho para 40 horas semanais, com a eliminação do modelo 6×1, que impõe uma jornada desgastante e prejudica a qualidade de vida dos trabalhadores. A proposta já tem apoio expressivo entre as centrais, que acreditam que essa mudança pode trazer um impacto positivo na saúde e no bem-estar da classe trabalhadora.

A resposta da Câmara dos Deputados

Apesar do apoio popular e das centrais sindicais, a proposta ainda enfrenta resistência em algumas esferas do Congresso. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), já declarou que a Casa deve discutir o tema nos próximos dias. No entanto, ele destacou a necessidade de avaliar os impactos econômicos e sociais da redução da jornada de trabalho. Motta sugeriu que é preciso um estudo cuidadoso sobre a viabilidade da medida, apontando que, embora seja uma medida popular, é importante garantir que ela não tenha consequências negativas para a economia.

Embora a proposta seja amplamente vista como uma vitória para os trabalhadores, o desafio será encontrar um equilíbrio entre as necessidades dos empregados e as preocupações de empresários e economistas sobre os custos da implementação dessa medida. No entanto, a agenda já tem se mostrado forte no debate político e pode avançar nos próximos meses.