No último domingo (10), o deputado Reginaldo Lopes utilizou as redes sociais para defender uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe a revisão da CLT, visando abolir a escala de trabalho 6×1. Este modelo, amplamente adotado em setores como comércio, restaurantes e farmácias, estabelece que os trabalhadores devem cumprir seis dias consecutivos de trabalho seguidos de um único dia de descanso. A proposta ainda não foi protocolada oficialmente, mas já gerou discussões nas redes sociais e entre os parlamentares.

Defesa de redução da jornada de trabalho

A principal proposta de Reginaldo Lopes é que o Brasil adote uma jornada de trabalho semanal de 36 horas, sem redução salarial. Para isso, ele sugere a implementação dos modelos 4×3 ou 5×2, em que o trabalhador teria mais tempo livre, sem impactar o seu rendimento. A ideia, segundo Lopes, é tornar o país mais competitivo e ao mesmo tempo mais justo com os trabalhadores.

“Já passou da hora de o país adotar uma redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas, e esse deve ser o centro de um governo popular”, escreveu o deputado. Ele acredita que essa mudança é essencial para melhorar as condições de vida dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que as empresas continuariam a produzir de forma eficiente.

Impacto da revolução tecnológica e da reforma tributária

Lopes enfatiza que, desde a implementação do modelo 6×1, o mundo passou por uma revolução tecnológica, com a popularização da internet e a informatização, que resultaram em um aumento significativo da produtividade no Brasil. Para o deputado, essa mudança nos processos de trabalho deve ser acompanhada de uma atualização nas normas que regulam o tempo de trabalho.

Além disso, Lopes acredita que a reforma tributária, que está em discussão no Congresso, ampliará a capacidade de produção das empresas no Brasil. Isso significa que as empresas terão mais recursos e espaço para melhorar as condições de trabalho, tornando viável a implementação de jornadas mais curtas. “Os resultados dessa produtividade devem ser compartilhados com os trabalhadores e trabalhadoras, que merecem mais tempo livre e qualidade de vida”, afirmou.

Objetivo de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores

Uma das maiores preocupações de Reginaldo Lopes com a revisão da CLT é garantir que os trabalhadores tenham mais tempo para cuidar de suas famílias, aumentar sua qualidade de vida e buscar qualificações para os novos desafios do mercado de trabalho. Ele destaca que, ao reduzir a jornada de trabalho, as pessoas terão mais liberdade para se desenvolver pessoal e profissionalmente.

Além disso, com a evolução da produtividade nas empresas e a modernização do mercado de trabalho, Lopes vê uma oportunidade única para uma grande transformação nas relações trabalhistas no Brasil. A melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores é um dos pilares dessa proposta, que busca uma sociedade mais equilibrada e justa.

O que é a escala 6×1 e como funciona?

Atualmente, a escala de trabalho 6×1 é uma das mais comuns em setores que demandam serviços contínuos, como supermercados, farmácias, restaurantes e outros serviços de atendimento ao público. Nesse modelo, o trabalhador realiza suas atividades por seis dias consecutivos e tem direito a um dia de descanso, geralmente no final de semana.

Embora o modelo seja eficiente para empresas que precisam operar todos os dias da semana, ele é frequentemente criticado por gerar um desgaste excessivo nos trabalhadores, que ficam com pouco tempo livre para lazer, descanso e atividades pessoais. A proposta de Reginaldo Lopes visa justamente mudar esse cenário, oferecendo aos trabalhadores mais tempo livre e promovendo um equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

O principal argumento de Reginaldo Lopes para a revisão da CLT e o fim da escala 6×1 é a mudança no cenário econômico e tecnológico desde a adoção desse modelo. A produtividade nas empresas aumentou significativamente, principalmente devido à automação e à tecnologia, o que torna viável a adoção de jornadas mais curtas sem perda de competitividade.

Além disso, o Brasil está atravessando um período de reformas estruturais, com destaque para a reforma tributária. Lopes acredita que esses fatores podem criar um ambiente propício para a implementação de uma jornada de trabalho mais equilibrada, que beneficie tanto as empresas quanto os trabalhadores.