Família Muffato adquire mais de 10% do Assaí (ASAI3) e operação seguirá para análise do Cade

Família Muffato compra mais de 10% do Assaí (ASAI3) por meio de fundos Snapper Rocks e Apache; operação será avaliada pelo Cade.

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Última atualização:  27 de nov, 2025 às 12:27
familia muffato asai Ederson e Everton Muffato, empresários do varejo. Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

A família Muffato, uma das mais tradicionais do varejo brasileiro, passou a deter mais de 10% do capital social do Assaí (ASAI3), após uma série de operações envolvendo compras diretas no mercado e contratos de total return swaps (TRS).

A transação foi comunicada oficialmente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e marca a entrada do grupo paranaense como um dos maiores acionistas relevantes da rede de atacarejo, hoje uma das líderes nacionais do setor.

Detalhes da aquisição e da estrutura financeira

Segundo o comunicado, o fundo Snapper Rocks adquiriu mais de 63,6 milhões de ações do Assaí no mercado à vista, equivalente a 4,7% do capital. Além disso, estruturou operações de TRS que adicionam uma exposição econômica de 4,9%.

O fundo WHG Apache também realizou compras diretas e swaps financeiros, elevando a participação conjunta dos Muffato para mais de 10%. O uso dos TRS, mecanismo que permite assumir posição comprada sem compra física dos papéis, reforça a estratégia de diversificação e proteção da família.

Apesar da entrada significativa no capital do Assaí, os fundos afirmam que não têm interesse em interferir no controle ou na gestão da empresa. Por outro lado, destacam que os irmãos Ederson e Everton Muffato, executivos que controlam o Grupo Muffato ao lado de Rosa Muffato, estão à disposição da varejista para contribuir com experiência operacional, sem qualquer indicação de integração societária ou alteração de comando.

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Importância estratégica do movimento da Família Muffato no varejo

O Grupo Muffato é hoje uma das maiores redes de varejo alimentar do Brasil, com atuação predominante no Sul e Sudeste e faturamento acima de R$ 17 bilhões. A companhia opera modelos híbridos de supermercado e atacarejo, setor que se tornou o principal motor de expansão do varejo alimentar nos últimos anos. Por isso, a aquisição é vista pelo mercado como um movimento estratégico que reforça o interesse da família no segmento que mais cresce no País.

A operação agora será avaliada pelo Cade, que deve analisar se a participação relevante geraria algum impacto concorrencial nas regiões onde as redes atuam. Embora atuem em estados diferentes (Assaí com presença nacional e Muffato concentrado no Paraná e interior de SP), o órgão costuma avaliar potenciais cenários de integração ou influência competitiva. A aprovação, no entanto, é considerada provável por especialistas do setor.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.