As exportações do agronegócio de São Paulo dispararam em 2024, posicionando o estado como o maior exportador do Brasil no setor. De janeiro a setembro deste ano, o valor exportado atingiu US$ 22,69 bilhões, representando um crescimento de 9,2% em comparação ao mesmo período de 2023. Esse desempenho não apenas alavancou a economia paulista, como também ultrapassou o tradicional líder, Mato Grosso, marcando uma nova fase na balança comercial brasileira. 

Com essa marca, São Paulo respondeu por 18% do total das exportações do agronegócio do país, superando Mato Grosso, que ficou com 17,3%, conforme dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Produtos que impulsionaram o crescimento

O avanço nas exportações foi fortemente impulsionado por produtos onde São Paulo já domina o mercado nacional e internacional. O açúcar e o suco de laranja, nos quais o estado é líder, foram responsáveis por uma grande parte dessa performance. Esses produtos desempenham um papel central na competitividade do Brasil no mercado global, consolidando o país como um dos maiores exportadores de commodities agrícolas.

O complexo sucroalcooleiro foi o carro-chefe das exportações paulistas, gerando US$ 9,15 bilhões no período. O açúcar foi responsável por 93% desse valor, enquanto o etanol contribuiu com os 7% restantes. Esse desempenho foi destacado pelo crescimento significativo das exportações de açúcar, que aumentaram 31,5% em valores e 35,2% em volume.

“A cada mês, verificamos a potência do agro paulista na balança comercial. Os números demonstram nosso esforço contínuo para manter uma produção agrícola de alta qualidade e competitiva no mercado internacional”, afirmou Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

Expansão das exportações paulistas

Além dos produtos tradicionais como açúcar e suco de laranja, outros setores também apresentaram crescimento expressivo. De acordo com a pesquisa do IEA-Apta, o café verde teve um aumento impressionante de 121,6% nas exportações, enquanto a carne bovina cresceu 39%. O suco de laranja também se destacou, com um aumento de 27,5%, e os produtos de celulose subiram 15% no período analisado.

O setor de carnes gerou uma receita de US$ 2,49 bilhões, com a carne bovina representando 83,9% desse total. Os produtos florestais, como celulose e papel, somaram US$ 2,35 bilhões, com a celulose respondendo por 54,3% e o papel por 38% das exportações. O complexo soja, outro setor chave, totalizou US$ 2,10 bilhões em exportações, seguido pelos sucos, que atingiram US$ 2 bilhões, sendo 98% de suco de laranja.

Esses cinco grupos — carnes, produtos florestais, complexo soja, sucos e café — representaram 79,7% das exportações agropecuárias de São Paulo. O café, tradicionalmente forte no estado, ficou na sexta posição, com US$ 944,21 milhões exportados, sendo 71,4% de café verde e 24,5% de café solúvel.

Superávit e impacto econômico

O agronegócio de São Paulo, além de liderar as exportações do país, registrou um superávit comercial significativo. A balança comercial do setor alcançou um superávit de US$ 18,45 bilhões, representando um crescimento de 8,9% em comparação ao mesmo período de 2023. O agronegócio correspondeu a 43,5% das exportações totais do estado, reforçando a importância desse setor para a economia paulista.

As importações do setor agropecuário representaram apenas 7,5% do total do estado, evidenciando a força das exportações frente ao volume importado. Isso reflete o quanto São Paulo é um importante fornecedor global de produtos agrícolas, além de ser uma base sólida para o desenvolvimento econômico local.

Desafios e resiliência do agro paulista

Apesar dos números positivos, o agronegócio de São Paulo também enfrentou desafios consideráveis ao longo do ano. A seca, que atingiu o estado com força, impactou diretamente a produção de cana-de-açúcar, café e laranja. No entanto, a resiliência do setor foi destacada pelo secretário Guilherme Piai, que reforçou o comprometimento em continuar impulsionando o agronegócio mesmo diante de adversidades climáticas.

“Apesar de todos os desafios que enfrentamos, como a forte estiagem, o agro paulista mostrou sua força mais uma vez”, destacou Piai, lembrando dos impactos que as condições climáticas extremas causaram à produção agrícola do estado.

Ranking dos estados exportadores

Além de São Paulo e Mato Grosso, outros estados também desempenharam papéis importantes nas exportações agropecuárias brasileiras em 2024. O Paraná ocupou o terceiro lugar no ranking, com 11,5% das exportações, seguido por Minas Gerais (10,1%), Rio Grande do Sul (8,7%) e Goiás (6,6%). Esses estados completam o quadro das principais economias agroexportadoras do Brasil.