Estrategistas do JPMorgan elevam projeção para o Ibovespa em 2023
No mercado financeiro, projeções e recomendações são fundamentais para orientar investidores e ajudá-los a tomar decisões embasadas. Recentemente, estrategistas do JPMorgan reforçaram uma visão positiva em relação às ações brasileiras, elevando a projeção para o Ibovespa ao final de 2023. A nova estimativa aponta para 135 mil pontos, representando um potencial de valorização de 13% […]
No mercado financeiro, projeções e recomendações são fundamentais para orientar investidores e ajudá-los a tomar decisões embasadas. Recentemente, estrategistas do JPMorgan reforçaram uma visão positiva em relação às ações brasileiras, elevando a projeção para o Ibovespa ao final de 2023. A nova estimativa aponta para 135 mil pontos, representando um potencial de valorização de 13% em relação ao fechamento da última quinta-feira (15).
O JPMorgan tem recomendado uma exposição acima da média (overweight) para as ações brasileiras no portfólio da América Latina nos últimos meses. No entanto, eles também destacaram recentemente que acertar o momento certo para investir é um desafio mesmo com essa recomendação.
No relatório divulgado nesta sexta-feira (16), as estrategistas do banco, Emy Shayo e Cinthya Mizuguchi, afirmaram que a tese de investimento está se tornando ainda mais simples. Elas apontam que a história por trás do mercado brasileiro é clara, simples e fácil de entender, com taxas de juros mais baixas e valuations atrativos.
Ainda de acordo com as estrategistas, o cenário está se tornando ainda mais interessante à medida que a inflação recua mais do que o esperado, as expectativas de preços mais altos diminuem e as previsões de crescimento aumentam. Elas também destacam que uma flexibilização monetária está chegando e poderá contribuir para reduzir o ruído político em torno da política econômica.
O JPMorgan identifica cinco pontos que apoiam uma reavaliação dos múltiplos no mercado brasileiro, indicando um grande potencial de alta. São eles:
- Brasil está sendo negociado com um desconto de 40% em relação aos mercados emergentes, o que é significativamente maior do que a média histórica de 8% nos últimos 15 anos, sendo mais “caro” apenas do que a Colômbia, Turquia e Hungria.
- Os lucros das empresas atingiram o seu ponto mais baixo após o primeiro trimestre de 2023, mas a temporada de resultados foi melhor do que o esperado.
- Os cortes nas taxas de juros ainda serão um importante gatilho para impulsionar o mercado. Os investidores estrangeiros ainda estão relutantes em antecipar a flexibilização, mas os fluxos de capital mostram uma tendência positiva.
- A atividade econômica no Brasil está mais forte do que o mercado de ações precifica, com avanços no pacote fiscal e a reforma tributária próxima.
- Congresso tem apoiado iniciativas favoráveis ao mercado.
As estrategistas também destacam que alguns dos gatilhos mencionados anteriormente já estão ocorrendo, como o pacote fiscal, a valorização do real e um noticiário político menos impactante. Além disso, há novos eventos em andamento, como o potencial para uma atualização de rating do Brasil e uma perspectiva positiva recentemente revisada pela S&P Global.
Os próximos eventos a serem acompanhados são a continuidade da votação do pacote fiscal no Senado, a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) em 29 de junho e a reforma tributária, que tem o potencial de simplificar os negócios no Brasil e atrair novos investimentos.
Ações brasileiras na avaliação do JPMorgan
No que diz respeito às ações brasileiras, o JPMorgan tem recomendação overweight nos setores imobiliário, financeiro, discricionário e de saúde. No setor imobiliário, a expectativa é de melhores múltiplos de preço sobre fluxo de caixa de operações (P/FFO) para shoppings, uma vez que as taxas de juros mais baixas são favoráveis.
No setor de consumo, espera-se que as variáveis macro melhorem as margens das empresas. Em Finanças, o banco tem preferência por grandes players com valuations atrativos. Já no setor de saúde, os principais players devem continuar ganhando espaço na saúde privada, e a melhora no mercado de trabalho é um bom sinal para as farmácias.
Na carteira do JPMorgan para a América Latina, as ações brasileiras presentes são: Afya (listada na Nasdaq), Aliansce Sonae (ALSO3), Bradesco (BBDC4), Copel (CPLE6), Embraer (EMBR3), Marcopolo (POMO4), MRV (MRVE3), Natura (NTCO3), Petrobras (PETR3), Rede D’Or (RDOR3), Vamos (VAMO3) e XP (listada na Nasdaq).
Além do Brasil, o JPMorgan está com uma exposição acima da média (overweight) no Chile, uma exposição neutra no México e uma exposição abaixo da média (underweight) na Colômbia e Peru.