A Eletrobras (ELET3; ELET6) alcançou um importante marco em sua trajetória na tarde desta terça-feira, com a aprovação do acordo entre a empresa e a União, em assembleia de acionistas. O acordo visa ampliar a participação do governo federal na companhia, além de encerrar uma disputa jurídica que estava sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Essa mudança traz significativas implicações para a estrutura de governança da Eletrobras, além de proporcionar maior estabilidade jurídica e financeira para a empresa, o que impacta diretamente sua performance no mercado de ações.

Durante a assembleia realizada nesta terça-feira, os acionistas da Eletrobras aprovaram, de forma definitiva, o acordo com a União que amplia a participação do governo na empresa. O principal ponto do acordo é que a União passa a ter três assentos cativos no conselho de administração da Eletrobras, além de representação no conselho fiscal. Essa mudança confere ao governo federal maior influência nas decisões estratégicas da companhia, especialmente em um momento em que a Eletrobras está passando por uma reestruturação significativa após a privatização.

Além disso, o governo federal compromete-se a não questionar mais o limite de voto de 10%, imposto a qualquer acionista ou grupo de acionistas, o que garante maior previsibilidade no ambiente de governança da empresa. Esse acordo coloca fim a uma disputa judicial que poderia se arrastar por um longo período, gerando incertezas jurídicas que afetavam a confiança dos investidores nas ações da companhia.

A votação foi realizada na terça-feira, com a divulgação prévia dos resultados da votação à distância de acionistas, que já indicavam que a aprovação da conciliação estava praticamente garantida. A assembleia foi realizada no formato híbrido, com a possibilidade de participação de acionistas de forma remota, algo que se tornou comum durante a pandemia e segue sendo uma prática adotada pela empresa para garantir a participação de todos os investidores, mesmo à distância.

Com a aprovação do acordo, a Eletrobras resolve uma disputa jurídica que poderia se prolongar indefinidamente no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa decisão é vista como um avanço importante para a companhia, uma vez que elimina os riscos legais que pesavam sobre suas ações, especialmente no mercado financeiro. A resolução do impasse jurídico permite que a Eletrobras volte a focar em sua estratégia de crescimento, sem as incertezas jurídicas que poderiam afetar sua competitividade no setor elétrico.

Além disso, o acordo com a União traz uma série de benefícios adicionais para a empresa. Com a ampliação da participação governamental, a Eletrobras ganha mais estabilidade institucional, o que pode aumentar a confiança dos investidores. Esse fator, aliado ao fato de a companhia ter se livrado de riscos legais, pode contribuir para a valorização de suas ações no mercado de capitais.

Outro ponto relevante é que a Eletrobras agora tem maior flexibilidade em relação aos negócios nucleares, dos quais continuou sendo sócia minoritária após a privatização. O acordo permite que a companhia diminua suas obrigações em relação a esses ativos, o que pode resultar em uma melhor alocação de recursos e maior foco em suas operações principais.

Esse acordo é crucial para a Eletrobras por vários motivos. Primeiro, ele resolve um conflito jurídico que poderia ter se estendido por um tempo indefinido, trazendo incertezas para os investidores. Ao encerrar essa disputa, a empresa ganha maior previsibilidade, o que tende a impactar positivamente o valor de suas ações no mercado.

Em segundo lugar, o acordo fortalece a posição da União na governança da empresa, algo que se torna ainda mais relevante considerando o tamanho e a importância estratégica da Eletrobras no setor elétrico brasileiro. A representação do governo no conselho de administração e no conselho fiscal garante que as decisões da empresa estejam alinhadas com os interesses públicos e com a política energética do país, um ponto que pode ser relevante em momentos de mudanças regulatórias ou políticas no setor.

Além disso, a resolução do impasse jurídico também reduz a exposição da Eletrobras a riscos judiciais relacionados à sua privatização, permitindo que a empresa foque em sua estratégia de crescimento e na melhoria de sua rentabilidade. Com menos incertezas jurídicas, a Eletrobras tem maior liberdade para realizar investimentos, negociar contratos e seguir com seus planos de expansão no setor energético.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.