Dólar hoje se aproxima de R$ 5,80 com IPCA-15 e tensões comerciais de Trump
O dólar avançou nesta terça-feira, se aproximando de R$ 5,80, impulsionado pelo aumento do IPCA-15 e pela incerteza em relação às tarifas comerciais de Donald Trump.

Na manhã desta terça-feira (25), o dólar à vista iniciou o dia em alta, avançando 0,64% e se aproximando de R$ 5,80. Esse movimento reflete a reação dos investidores diante de novos dados de inflação no Brasil e as atualizações sobre as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O aumento da moeda americana ocorre após um fechamento positivo na véspera e no contexto de uma economia global em constante mudança.
O que impulsiona o avanço do dólar?
O dólar à vista, que na segunda-feira (24) fechou a R$ 5,7546, segue em ascensão, refletindo os desdobramentos econômicos tanto no Brasil quanto no exterior. A moeda norte-americana iniciou os negócios desta terça-feira cotada a R$ 5,792 na compra e R$ 5,793 na venda, com um ganho de 0,64% até às 9h10.
Esse movimento no mercado cambial se dá não apenas pelo cenário doméstico, mas também pela volatilidade externa, com especial atenção ao impacto das tarifas anunciadas por Donald Trump e os dados de inflação no Brasil. Essas questões estão exercendo pressão sobre o real, afetando diretamente o câmbio e a percepção dos investidores.
IPCA-15: prévia da inflação e impacto no dólar
A inflação no Brasil também é um fator crucial para o desempenho do dólar. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, registrou uma alta de 1,23% em fevereiro. Este número é significativo, especialmente quando comparado com o aumento de apenas 0,11% no mês anterior, e um pouco abaixo da expectativa de 1,33% prevista pela pesquisa da Reuters.
Esse dado sugere que os preços no Brasil continuam subindo de forma expressiva, o que preocupa o mercado financeiro e pode levar o Banco Central a adotar medidas mais rígidas para controlar a inflação. O reflexo disso é um real mais fraco, com o dólar ganhando terreno nas primeiras negociações desta terça-feira. Além disso, a expectativa sobre os próximos números de inflação oficial contribui para aumentar a aversão ao risco, o que torna o dólar uma moeda de maior refúgio.
Efeitos dos planos tarifários de Donald Trump
A tensão sobre o mercado cambial também é alimentada pelas incertezas com relação às políticas comerciais dos Estados Unidos. O governo Trump continua com a implementação de novas tarifas sobre produtos estrangeiros, e isso tem gerado um ambiente de cautela entre os investidores. As tarifas, que podem afetar diversas economias, incluindo a brasileira, geram um impacto indireto sobre a moeda, uma vez que o real se desvaloriza diante de um cenário de incerteza econômica global.
Investidores estão observando de perto o desenrolar das discussões sobre tarifas e suas possíveis repercussões. Caso as tensões comerciais aumentem, é esperado que o dólar continue a se fortalecer, tornando-se mais caro para os brasileiros. Esse fator externo é uma das razões que alimentam a alta do dólar, gerando uma pressão adicional sobre o mercado de câmbio.
Leilão de swap cambial e perspectivas futuras
Para conter a volatilidade e auxiliar na manutenção da estabilidade cambial, o Banco Central do Brasil realiza, nesta terça-feira, um leilão de até 20.000 contratos de swap cambial tradicional. O objetivo do leilão é fazer a rolagem do vencimento de 1º de abril de 2025, garantindo que as pressões sobre o câmbio sejam minimizadas e que os investidores continuem confiantes na política econômica do governo.
Os swaps cambiais são instrumentos usados pelo Banco Central para tentar controlar a flutuação do real frente ao dólar, criando uma espécie de hedge contra movimentos inesperados no mercado de câmbio. A medida é um reflexo das preocupações com a inflação e a instabilidade externa, ajudando a controlar o impacto desses fatores no mercado doméstico.
Cotação do Dólar Comercial e Turismo
- Dólar Comercial:
- Compra: R$ 5,754
- Venda: R$ 5,754
- Dólar Turismo:
- Compra: R$ 5,785
- Venda: R$ 5,965
Qual é a diferença entre dólar comercial e dólar turismo?
O dólar comercial trata-se de milhares de dólares em transações no mercado de câmbio. Isso envolve exportações, importações, transferências financeiras milionárias e que normalmente são feitas por grandes empresas e bancos.
Já o dólar turismo é comprado por pessoas físicas, normalmente em casas de câmbio, em menores quantidades para viagens ou até passado no cartão de crédito.
Por que o dólar turismo é mais caro?
A cotação do dólar turismo é mais cara, pois são compras muito menores do câmbio, ao contrário das transações feitas por grandes empresas e instituições. Logo, seu custo operacional com transporte de notas e taxa de corretoras ficam mais alto.
Panorama histórico do Dólar
O real segue valorizado em relação a moeda americana, que permanece quase cinco vezes mais valioso. Entretanto, houve um período na história em que o dólar era menos valioso que o real, entre 1994 e 1999. Durante esse tempo, o governo brasileiro controlou a cotação da moeda para estabilizar a economia após a hiperinflação.
Com o lançamento do Plano Real em 1º de julho de 1994, a paridade entre o real e o dólar era de 1 para 1, o que ajudou a conter a hiperinflação, mas prejudicou as contas externas, levando o governo a buscar empréstimos com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A partir de 1999, o governo abandonou o controle cambial, resultando na desvalorização do real em relação ao dólar.
Essa desvalorização impactou negativamente o poder de compra dos brasileiros, com aumento dos preços dos produtos importados e inflação. A moeda atingiu sua menor cotação histórica em 14 de outubro de 1994, sendo negociado a R$ 0,82, incentivando viagens internacionais.
O recorde histórico do dólar ocorreu em 2002, atingindo R$ 3,95 entre o primeiro e o segundo turno das eleições que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva como presidente. Desde então, o dólar ultrapassou os R$ 5 em várias ocasiões, mas muitos especialistas acreditam que o pico de 2002 dificilmente será superado.
No cenário atual, o real se valorizou em relação ao dólar em 2022, com perdas acumuladas de 6,63% para o dólar desde o início do ano. Especialistas atribuem essa valorização ao mercado de ações e de juros, com investidores estrangeiros direcionando recursos para commodities e aproveitando os altos juros reais do Brasil.
Como o câmbio influencia a cotação e os investimentos
O mercado cambial influencia não apenas a cotação das moedas, mas também os investimentos em diversas áreas. A relação entre câmbio e investimentos é complexa, com várias dinâmicas interconectadas que juntas moldam as decisões dos investidores e as tendências econômicas.
Uma das formas mais evidentes pelas quais o câmbio afeta os investimentos é através do comércio internacional. As taxas de câmbio determinam o custo relativo dos bens e serviços entre países, afetando diretamente as exportações e importações. Uma moeda forte pode tornar os produtos domésticos mais caros para os compradores estrangeiros, reduzindo a competitividade das exportações. Por outro lado, uma moeda fraca pode aumentar a demanda por produtos domésticos no mercado global, impulsionando as exportações e, consequentemente, estimulando a economia.
Além do comércio internacional, o câmbio também influencia os investimentos estrangeiros. Investidores buscam oportunidades em países com economias sólidas e promissoras, geralmente refletidas em moedas fortes e estáveis. Alterações nas taxas de juros, inflação e políticas monetárias de um país podem atrair ou afastar investimentos estrangeiros, impactando diretamente a cotação da moeda local.
Os riscos cambiais também são uma consideração importante para os investidores. A posse de ativos em moeda estrangeira expõe os investidores a flutuações nas taxas de câmbio, o que pode afetar significativamente o valor desses ativos quando convertidos de volta para a moeda local. Gerenciar esses riscos é essencial para uma estratégia de investimento sólida, com muitos investidores optando por hedge cambial para proteger suas carteiras contra volatilidades indesejadas.
Além disso, o turismo e os fluxos de capitais também exercem pressão sobre as taxas de câmbio. Um aumento no turismo pode levar a uma maior demanda por moeda estrangeira em um país, influenciando sua cotação. Da mesma forma, fluxos de capitais de investidores estrangeiros podem impactar significativamente as taxas de câmbio, refletindo as percepções sobre a economia e o ambiente de investimento de um país.
Como converter Dólar em real
Você pode utilizar simuladores online que fazem a conversão da moeda de acordo com o câmbio do dia. Basta digitar o valor em dólares para descobrir quanto vale em real. Um exemplo é o simulador do Bacen (Banco Central)
Faça a conversão manualmente
Para converter dólar para real manualmente, você precisa saber a cotação do dólar em relação ao real. Em seguida, decida um valor em dólares que deseja converter para a moeda brasileira e faça a multiplicação de acordo com a cotação.
Por exemplo, se você quiser converter 50 dólares para reais, considerando que 1 dólar equivale a 5,75, a conta seria:
50 x 5,75 = R$ 287,5 reais.
- Para mais detalhes, leia também: Como converter dólar para real? Veja passo a passo
Como comprar Dólar no Brasil?
Comprar dólar no Brasil é um processo relativamente simples, e você pode fazê-lo de várias maneiras:
Bancos: Muitos bancos brasileiros oferecem o serviço de venda de dólar. Você pode entrar em contato com o seu banco para verificar as taxas de câmbio e os procedimentos para comprar dólares.
Corretoras de câmbio: Existem corretoras de câmbio especializadas que lidam especificamente com a compra e venda de moeda estrangeira. Essas corretoras podem oferecer taxas competitivas e uma variedade de serviços relacionados ao câmbio de moeda.
Casas de câmbio: Assim como para a conversão de dólar em real, as casas de câmbio também oferecem o serviço de venda de dólar. Elas estão presentes em áreas turísticas e em alguns centros comerciais.
Plataformas online: Algumas plataformas online também permitem a compra de dólar no Brasil. Essas plataformas geralmente oferecem conveniência e facilidade de acesso, mas é importante verificar a confiabilidade e segurança antes de realizar qualquer transação.
Em resumo, independentemente do método escolhido, é importantíssimo realizar uma verificação das taxas de câmbio oferecidas e eventuais taxas adicionais, para garantir que você está obtendo a melhor oferta possível.