“Delação de Cid deve ser anulada”, diz Bolsonaro ao negar trama golpista e cobrar libertação de presos
Com o acirramento das discussões e as acusações trocadas, o caso envolvendo Jair Bolsonaro e a suposta trama golpista segue como um dos assuntos mais sensíveis do cenário político brasileiro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que deve anular a delação de Cid, ao negar a existência de uma trama golpista montada contra ele. Além disso, nesta sexta-feira (13), Bolsonaro classificou o processo como uma “farsa”. Ele ainda acusou a motivação política de vingança nas investigações, em uma série de declarações nas redes sociais. Vale lembrar que a declaração acontece poucos dias após o ex-presidente prestar depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, esse depoimento ocorreu no inquérito que apura uma suposta tentativa de ruptura democrática ocorrida em 2022.
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Bolsonaro reafirma que deve anular a delação de Cid e critica o processo.
No centro das controvérsias está a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ele apresentou informações consideradas fundamentais para a acusação de tentativa de golpe. Contudo, reportagem da revista Veja revelou que Mauro Cid teria violado regras impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Ele manteve contato por meio de um perfil não oficial nas redes sociais. Segundo Bolsonaro, isso compromete a credibilidade da delação e justifica sua anulação.
“O processo é movido por vingança, não por verdade”, afirmou o ex-presidente. Além disso, ele ressaltou que Cid fez a delação sob pressão e forneceu informações falsas, por isso ela deve ser anulada. Bolsonaro classificou as investigações como uma “caça às bruxas” contra ele e os milhões de brasileiros que o apoiam, acusando o sistema de usar o caso para perseguir adversários políticos.
A suposta trama golpista: farsa ou verdade?
Bolsonaro reforçou que a alegada trama golpista é uma invenção construída com base em mentiras. Além disso, ele citou mensagens atribuídas a Mauro Cid que indicariam que “Bolsonaro não ia fazer nada” e que “não precisa de prova, só de narrativa”. Para o ex-presidente, essas declarações mostram que o processo não tem fundamento jurídico real e, portanto, criaram-no para silenciar quem se opõe à esquerda.
O STF investiga os fatos relacionados à tentativa de ruptura democrática ocorrida após as eleições presidenciais de 2022, mas Bolsonaro continua negando qualquer envolvimento, reafirmando sua inocência e criticando a condução das investigações.
Pedido de libertação de presos e crítica ao Estado de Direito
Além de cobrar a anulação da delação de Cid, Bolsonaro também pediu a libertação imediata dos militares e civis detidos em consequência dos atos de 8 de janeiro de 2023. Entre eles, destacou o general Walter Braga Netto, que foi ex-vice na chapa presidencial do ex-presidente.
“Esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país”, destacou Bolsonaro. Ele ainda conclamou a sociedade a refletir sobre o que chamou de “escalada autoritária” no país, ressaltando que “não se constrói um país sobre mentiras, vingança e arbítrio”.