Debate em SP se transforma em sabatina após falta de Nunes; Boulos crítica vínculos com PCC e Doria
O primeiro debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo transformou-se em uma sabatina para Guilherme Boulos, que criticou a ausência de Ricardo Nunes e levantou acusações sobre vínculos do prefeito com o PCC e João Doria.

O primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, marcado para esta quinta-feira (10), tornou-se uma oportunidade única para o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) direcionar suas críticas ao atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), que não compareceu ao evento. A ausência de Nunes não apenas modificou o formato do debate, mas também intensificou as acusações e questionamentos feitos por Boulos, que aproveitou a ocasião para tentar vincular o adversário a temas polêmicos, como as relações com o PCC e o ex-governador João Doria.
Durante o evento promovido pela rádio CBN e pelos jornais Valor Econômico e O Globo, Boulos lamentou a falta de Nunes, descrevendo-a como “lamentável” e afirmando que isso demonstra uma tentativa de “fugir” do confronto. A ausência do prefeito permitiu que Boulos, ao invés de um debate formal, conduzisse uma sabatina, onde dirigiu suas críticas de maneira direta e incisiva.
Boulos utilizou a plataforma para levantar questões sobre a gestão de Nunes, fazendo referências à presença de membros de facções criminosas em sua administração. Ele destacou, em tom acusatório, a nomeação do cunhado de Marcola, conhecido líder do PCC, no governo de Nunes, questionando a transparência e a ética da administração atual.
Além das acusações relacionadas ao PCC, Boulos também procurou estabelecer um paralelo entre Nunes e o ex-governador João Doria, que tem sido amplamente criticado por sua gestão e sua saída do PSDB. Boulos afirmou que a presença de Nunes na Prefeitura é uma consequência da escolha de Doria, enfatizando que a liderança de Doria é um dos fatores que contribuíram para o encolhimento do PSDB na cidade.
Essas afirmações foram feitas em um momento onde Boulos procurava não apenas criticar o adversário, mas também apresentar uma alternativa política e administrativa ao eleitorado. Ele declarou que, se eleito, pretende promover um diálogo aberto com os vereadores da oposição, estabelecendo um governo mais colaborativo e menos isolado.
Outro ponto importante abordado por Boulos foi a questão do fundão eleitoral. O candidato do PSOL destacou que seu partido votou contra o financiamento público de campanhas, enquanto o PL, que apoia Nunes, se posicionou a favor. Essa diferença ideológica foi usada por Boulos para reforçar a imagem de sua candidatura como uma alternativa ética e transparente em oposição à administração atual.