Na última terça-feira (12), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiu uma decisão condenatória, impondo multas de R$ 240,5 milhões à InDeal e seus sócios. A penalização ocorre devido a práticas fraudulentas no mercado de capitais e atuação sem o devido registro ou dispensa.

A empresa InDeal, com sede no Rio Grande do Sul, foi acusada de participar de uma pirâmide financeira envolvendo criptomoedas. A operação da Polícia Federal em 2019 desmantelou o esquema, que prometia retornos mensais de 15%, mas falhou em remunerar os investidores, causando prejuízos de cerca de R$ 1 bilhão a aproximadamente 55 mil investidores.

A investigação revelou que a fraude ocorreu devido à apropriação indevida dos recursos captados, direcionando-os majoritariamente para os patrimônios pessoais dos sócios, sem cumprir as atividades propostas. As multas aplicadas incluem R$ 37 milhões à InDeal por operações fraudulentas e R$ 18,5 milhões por ofertas sem registro adequado. Cada sócio foi condenado a pagar R$ 37 milhões, além de uma proibição de 9 anos e 3 meses para atuar no mercado de valores mobiliários.

InDeal na CPI das pirâmides financeiras

A InDeal também foi alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das pirâmides financeiras, concluída em outubro, com recomendação de indiciamento dos envolvidos. As vítimas continuam buscando a recuperação dos investimentos.

Além das acusações relacionadas ao mercado de capitais, a empresa enfrenta acusações de lavagem de dinheiro devido à remessa expressiva de valores para o exterior por meio de corretoras. Em 2020, o FBI, colaborador na investigação, congelou US$ 24 milhões em criptomoedas vinculadas ao negócio.

As pirâmides financeiras envolvendo criptomoedas resultaram em perdas de R$ 40 bilhões para 4 milhões de brasileiros ao longo de cinco anos. Órgãos federais, entidades de defesa do consumidor e especialistas alertam os investidores para desconfiarem de empresas no mercado de renda variável que prometam ganhos garantidos e retornos elevados com baixo risco.