O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que o governo brasileiro não pode demonstrar mais compromisso com a responsabilidade fiscal do que o já feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma entrevista à agência Bloomberg, Haddad também abordou questões cruciais sobre a atual situação econômica do Brasil, defendendo as políticas adotadas pelo governo e assegurando que medidas recentes não impactarão negativamente a inflação. A entrevista de Haddad, que ocorre em meio a desafios econômicos globais, oferece um olhar sobre as estratégias do governo para manter a estabilidade econômica do país, apesar das pressões internas e externas.

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Compromisso fiscal do governo

Fernando Haddad afirmou que, ao contrário de algumas críticas, não há como demonstrar um compromisso com a responsabilidade fiscal mais profundo do que o atual governo já vem mostrando. Segundo o ministro, o governo de Lula tem adotado uma postura fiscal responsável, ao mesmo tempo em que busca implementar reformas estruturais que não prejudiquem a saúde da economia. “O presidente Lula já demonstrou mais comprometimento fiscal do que qualquer outro presidente poderia demonstrar”, afirmou Haddad.

Ele também afirmou que as recentes medidas do governo, como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e o novo modelo para empréstimo consignado, não foram tomadas com o intuito de aumentar a popularidade, mas sim como reformas essenciais para fortalecer a economia. Para Haddad, essas ações são necessárias para garantir a inclusão e a continuidade do desenvolvimento, sem prejudicar o controle da inflação.

Impacto das medidas sobre a inflação e a economia brasileira

O ministro da Fazenda descartou a hipótese de que as novas políticas possam prejudicar a meta de inflação, que é de 3% ao ano. “As medidas são muito bem pensadas e, dificilmente, terão um forte impacto na inflação”, afirmou. Segundo ele, as reformas estão sendo planejadas de maneira a não interferir nas projeções econômicas de longo prazo. Haddad também fez questão de frisar que o aumento no custo de vida no Brasil deve ser combatido com as ações do governo, como o aumento das taxas de juros e a valorização do real desde o final do ano passado.

Em relação ao controle da inflação, Haddad observou que uma parte do aumento nos preços é resultado da valorização do dólar, que impacta diretamente os custos de importação. Ele também apontou que o Brasil não tem controle sobre todas as variáveis externas, especialmente as internacionais, o que torna a situação ainda mais desafiadora.

Desafios econômicos globais e a queda na popularidade do governo

A queda na popularidade do governo de Lula, segundo Haddad, reflete uma realidade econômica global. O ministro argumentou que muitos países enfrentam dificuldades econômicas, o que acaba refletindo em seus governos, incluindo o Brasil. “A queda na popularidade do governo não é exclusiva do Brasil; é um fenômeno global provocado pela instabilidade econômica que afeta todas as nações”, explicou Haddad. Apesar disso, o ministro reafirmou a confiança nas políticas adotadas pelo governo e a capacidade de recuperação da economia brasileira.

Diversificação das parcerias econômicas do Brasil

Em outro ponto da entrevista, Haddad destacou que o Brasil está em busca de diversificação de suas parcerias econômicas, com um foco especial no Oriente Médio. O ministro mencionou que a região tem se mostrado uma fonte de novas oportunidades para o país, especialmente em setores como energia, infraestrutura e tecnologia. No entanto, ele também afirmou que não vê uma possibilidade iminente de um conflito comercial de larga escala entre o Brasil e os Estados Unidos. Para Haddad, a relação com os EUA permanece sólida, e as tensões comerciais globais não devem afetar as relações bilaterais entre os dois países.