CDBs rendem menos que o CDI em maio: saiba quanto você ganha investindo R$ 10 mil
Em maio, os CDBs pós-fixados tiveram rendimento médio abaixo do CDI, principal referência da renda fixa. Um aporte de R$ 10 mil em CDBs com diferentes prazos gera retornos variados, sendo que apenas os papéis de 36 meses superaram o CDI.

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) ofereceram retorno abaixo do CDI em maio, segundo levantamento recente da Quantum Finance. Mesmo sendo um dos investimentos mais tradicionais da renda fixa, os CDBs pós-fixados não conseguiram superar o rendimento do CDI, principal referência para esse tipo de aplicação. Entenda como isso impacta os investidores e veja quanto R$ 10 mil renderiam nas diferentes modalidades de CDB.
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CDBs ofereceram retorno abaixo do CDI em maio: o que isso significa para o investidor?
Os CDBs são títulos emitidos por bancos para captar recursos, geralmente com remuneração atrelada ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Em maio, os CDBs pós-fixados registraram uma taxa média de 99,51% do CDI para papéis com vencimento em 12 meses, de acordo com a Quantum Finance. Isso significa que esses títulos pagaram um rendimento um pouco inferior ao índice de referência da renda fixa.
Para se ter uma ideia, considerando a taxa básica de juros (Selic) estável em 14,75% ao ano, um investimento de R$ 10 mil em um CDB com essa remuneração geraria um retorno líquido (sem Imposto de Renda) de R$ 1.194,24 após 12 meses. Embora pareça atrativo, essa rentabilidade fica abaixo da expectativa para títulos privados, especialmente pelo risco de crédito assumido pelo investidor.
Segundo especialistas, essa situação não é a ideal para quem busca a melhor relação entre risco e retorno. “Quando um investidor opta por títulos privados, espera ganhar mais do que nos títulos públicos”, destaca Guilherme Almeida, head de renda fixa da Suno Research. Isso porque, ao investir em CDBs, o investidor assume um risco adicional, o chamado risco de crédito, já que o emissor pode não honrar o pagamento.
Taxas e prazos: CDBs pós-fixados têm rendimento abaixo do CDI em quase todos os prazos
O estudo da Quantum Finance detalha a rentabilidade dos CDBs pós-fixados em diferentes prazos, e mostra que apenas os papéis com vencimento em 36 meses superaram o CDI com taxa média de 100,71%. Confira os valores estimados para um investimento inicial de R$ 10 mil:
Prazo (meses) | Taxa média do CDI | Valor do resgate |
---|---|---|
3 | 99,59% | R$ 10.268,41 |
6 | 99,72% | R$ 10.546,81 |
12 | 98,81% | R$ 11.194,24 |
24 | 99,51% | R$ 12.658,94 |
36 | 100,71% | R$ 14.344,66 |
Esses dados evidenciam que, para prazos mais curtos, o retorno tende a ser inferior ao CDI, tornando esses investimentos menos atrativos para quem busca maximizar ganhos na renda fixa. Para investidores que preferem segurança, os títulos públicos são uma alternativa a ser considerada.
Cresce a preferência por CDBs atrelados à inflação
Em contrapartida aos pós-fixados, os CDBs indexados ao IPCA (inflação) ganharam destaque em maio, com 393 emissões, contra 290 de títulos pós-fixados. Essa preferência reflete a busca dos investidores por proteção contra a inflação, ainda considerada resistente no cenário econômico atual.
Jeff Patzlaff, planejador financeiro, recomenda os CDBs atrelados à inflação para quem tem horizonte de médio a longo prazo e pode manter o investimento por pelo menos dois anos. Apesar do potencial de proteger o poder de compra, o especialista alerta para a liquidez menor desses papéis em comparação com os títulos do Tesouro IPCA+ e reforça a importância da diversificação, mesmo com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Veja o rendimento médio dos CDBs atrelados ao IPCA para um aporte de R$ 10 mil:
Prazo (meses) | Taxa média (IPCA+) | Valor do resgate |
---|---|---|
12 | 8,97% | R$ 11.136,85 |
24 | 8,07% | R$ 12.330,61 |
36 | 7,79% | R$ 13.634,84 |
CDBs prefixados: oportunidade para investidores que apostam na queda da Selic
Os CDBs prefixados representam uma minoria no mercado, com apenas 126 emissões em maio. Esses títulos apresentam maior risco, pois o investidor fica vulnerável a variações de juros caso precise resgatar antes do prazo, podendo sofrer perdas.
Segundo Patzlaff, os prefixados são indicados para quem acredita em queda da inflação e da taxa Selic no médio prazo, mas devem ser usados com cautela, como complemento na carteira. Almeida reforça que o perfil do investidor deve ser considerado, recomendando prazos menores para perfis conservadores.
Veja quanto renderiam R$ 10 mil em CDBs prefixados, segundo as taxas médias apuradas:
Prazo (meses) | Taxa média (%) | Valor do resgate |
---|---|---|
3 | 14,21 | R$ 10.261,76 |
6 | 14,38 | R$ 10.538,52 |
12 | 14,25 | R$ 11.132,20 |
24 | 13,65 | R$ 12.478,87 |
36 | 13,87 | R$ 14.050,09 |