Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro pelo PL, fez um apelo público nesta segunda-feira, 3, cobrando uma posição dos políticos de direita em relação à possível apreensão do passaporte de seu irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em uma postagem no X (antigo Twitter), Carlos questionou onde estavam os “candidatos da ‘união da direita’”, ao criticar o que considera serem novas “perseguições” contra o deputado.

A acusação de perseguição e o contexto político

A publicação de Carlos Bolsonaro ocorre no contexto de uma notícia-crime protocolada por parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) no Supremo Tribunal Federal (STF), que acusam Eduardo de envolvimento em crimes contra a soberania nacional. Os parlamentares petistas destacam a atuação do deputado nas articulações com congressistas norte-americanos para buscar sanções contra o STF e, em particular, contra o ministro Alexandre de Moraes.

Os petistas ressaltam, ainda, que Eduardo Bolsonaro viajou aos Estados Unidos três vezes desde a posse de Donald Trump, o que reforçaria sua atuação em prol de sanções ao Brasil, uma posição que o governo petista considera prejudicial à soberania nacional.

A reação de Jair Bolsonaro e a defesa de Eduardo

Jair Bolsonaro, ex-presidente e pai de Eduardo, também se manifestou sobre o assunto. Em seu perfil no X, Bolsonaro questionou a apreensão do passaporte do filho, apontando que isso representaria uma tentativa de constrangimento político. “Não é de agora que as perseguições estão acontecendo”, afirmou. Bolsonaro, que está com seu passaporte apreendido desde fevereiro do ano passado, tem sido um crítico constante do STF e do ministro Alexandre de Moraes.

A postura de Jair Bolsonaro reflete a crescente tensão entre seu grupo político e o STF, especialmente em relação às investigações em curso que envolvem membros da família Bolsonaro e aliados próximos. A apreensão do passaporte de Eduardo é vista por muitos como uma tentativa de limitar a mobilidade do deputado e, assim, constranger sua atuação política.

A visão de Eduardo Bolsonaro sobre o caso

Por sua vez, Eduardo Bolsonaro acredita que a apreensão de seu passaporte é parte de um “jogo combinado” entre o PT, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o ministro Alexandre de Moraes. O deputado tem se mostrado cético quanto à imparcialidade dessas investigações, considerando que existe uma articulação para enfraquecer politicamente a família Bolsonaro.

Em entrevista recente, Eduardo declarou que a tentativa de apreensão de seu passaporte era um movimento orquestrado para pressioná-lo e dificultar suas atividades políticas e internacionais. Ele afirmou que a medida é mais uma etapa de um processo de perseguição política contra a oposição, alimentado por uma agenda do PT e aliados.