Bolsonaro chama Moraes de ‘ditador’ e diz que Senado precisa pôr um ‘freio’ no ministro
Durante o ato de 7 de Setembro promovido por bolsonaristas neste sábado (07), na Avenida Paulista, que tem como principal objetivo pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro pediu que o Senado Federal tome medidas para conter Alexandre de Moraes, a quem chamou de “ditador”. Em […]

Durante o ato de 7 de Setembro promovido por bolsonaristas neste sábado (07), na Avenida Paulista, que tem como principal objetivo pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro pediu que o Senado Federal tome medidas para conter Alexandre de Moraes, a quem chamou de “ditador”.
Em um discurso carregado de emoção, sete meses após ter mobilizado uma grande multidão na mesma avenida, Bolsonaro voltou ao local e relembrou o ataque a faca que sofreu em 2018.
Ele também reafirmou sua visão de que sua vitória na eleição daquele ano se deu por uma “falha no sistema” eleitoral. Além disso, acusou Moraes de agir de forma “parcial” nas eleições de 2022 e de “escolher seus alvos” em investigações.
“Devemos botar freio, através dos dispositivos constitucionais, naqueles que saem, que rompem o limite das quatro linhas da nossa Constituição. E eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva”, discursou Bolsonaro, criticando a condenação que o deixou inelegível.
“Para evitar que eu tivesse chance de voltar, decretaram a minha inelegibilidade. Uma delas porque me reuni com embaixadores”, disse. “Esses inquéritos, que dali se derivaram outros, em cima de ditas petições, deram amplos poderes a Alexandre de Moraes, que escolheu seus alvos, incluindo meu filho Eduardo Bolsonaro, o que foi ratificado nos áudios vazados na operação agora conhecida como Lava Toga”, acrescentou o ex-presidente.
Bolsonaro também acusou Alexandre de Moraes de ter conduzido as eleições de 2022 de maneira parcial, enquanto presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo ele, suas ações eram limitadas, alegando que não podia “transmitir lives de casa”, “mostrar imagens do 7 de setembro” ou “relacionar Lula a ditadores da América do Sul”, enquanto, segundo ele, “o outro lado tinha total liberdade”, inclusive para chamá-lo de “genocida”.
O ex-presidente ainda classificou os atos golpistas do dia 8 de janeiro como uma “armação” e defendeu a anistia dos presos envolvidos.
“Quis Deus que eu estivesse fora do País no dia 30 de dezembro. Algo iria acontecer. Eu tinha essa sensação, mas não sabia que seria aquilo”, disse Bolsonaro, referindo-se ao episódio de depredação como uma “catarse”.
Ele negou que aquilo tenha sido uma tentativa de golpe de Estado e lamentou que pessoas ainda estejam sendo julgadas e condenadas como membros de um grupo armado com o objetivo de alterar o Estado Democrático de Direito. Por fim, reforçou a importância de a Câmara aprovar a anistia para os presos do 8 de janeiro.
Outras figuras presentes no ato bolsonarista
Além do ex-presidente e do pastor Silas Malafaia, responsável pela organização do evento, vários outros apoiadores bolsonaristas estiveram presentes. Entre eles:
- Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
- Senador Marcos Pontes
- Senador Magno Malta
- Senador Cleitinho
- Senador Eduardo Gomes
- Senador Marcos Rogério
- Deputado Federal Eduardo Bolsonaro
- Deputado Federal Zé Trovão
- Deputado Federal Sóstenes Cavalcante
- Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes
Eduardo Bolsonaro abriu os discursos pedindo o fim das prisões de aliados acusados de atos antidemocráticos, defendendo a anistia para os presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro e o encerramento dos inquéritos sobre fake news e milícias digitais no Supremo Tribunal Federal (STF).
A deputada federal Julia Zanatta chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de “covarde” e criticou o que classificou como “prisões políticas”.
Já o deputado Nikolas Ferreira referiu-se ao ministro do STF como um “tirano” e “criminoso”. O governador Tarcísio de Freitas limitou-se a pedir anistia para os presos do 8 de janeiro.
Durante a manifestação, podiam ser vistos cartazes improvisados com frases como “Fora STF”, camisetas com imagens simulando o ministro preso, além de pedidos de anistia para os envolvidos nos atos de invasão e destruição dos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro. Também houve manifestações a favor do “voto impresso”.