A Boa Safra (SOJA3) surpreendeu positivamente o mercado ao reportar um crescimento expressivo de seu lucro líquido no primeiro trimestre de 2025. A companhia, referência no setor de sementes agrícolas, mais que dobrou seu lucro na comparação anual, impulsionada por uma atuação sólida na diversificação de portfólio e aumento na eficiência das operações comerciais.

Com esse desempenho, a empresa reforça sua posição entre os principais players do agronegócio brasileiro, ao mesmo tempo em que projeta um cenário otimista para os próximos trimestres.

Lucro líquido da Boa Safra (SOJA3) salta 108% no 1T25

No período de janeiro a março de 2025, a Boa Safra (SOJA3) alcançou lucro líquido de R$ 16,85 milhões, o que representa um avanço de 108% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando a companhia lucrou R$ 8,09 milhões. A performance expressiva se deve, em grande parte, ao bom desempenho nas entregas de soja e à diversificação de produtos, que inclui sementes de sorgo, forrageiras e defensivos agrícolas.

A empresa tem expandido sua atuação para além da soja, o que permitiu maior estabilidade operacional e financeira mesmo diante dos desafios do setor.

Receita líquida cresce 90% com vendas mais robustas

A receita operacional líquida da Boa Safra atingiu R$ 131 milhões no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 90% frente aos R$ 69 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. Esse salto foi impulsionado pela retomada nas entregas de soja, além de maior volume de comercialização de outros produtos agrícolas.

O resultado demonstra que a estratégia da empresa em ampliar sua linha de produtos tem gerado efeitos positivos. O mix de vendas foi fortalecido principalmente pelas sementes de soja, sorgo e forrageiras, além do segmento de defensivos, que contribuiu com parcela significativa da receita.

Receita bruta se aproxima de R$ 150 milhões e mostra consolidação da estratégia

A receita bruta consolidada da companhia alcançou R$ 143 milhões, crescimento notável em relação aos R$ 85 milhões registrados um ano antes. Do total, a Boa Safra obteve R$ 34 milhões com sementes de soja, R$ 19 milhões com sorgo, R$ 10 milhões com sementes forrageiras e R$ 14 milhões com defensivos.

Esses números indicam o sucesso da empresa em consolidar sua atuação em culturas variadas, contribuindo não apenas para diversificação da receita, mas também para maior resiliência operacional.

EBITDA segue negativo, mas empresa mostra sinais de recuperação

Mesmo com a expansão significativa das receitas, o EBITDA ajustado da Boa Safra permaneceu negativo em R$ 28,6 milhões — resultado próximo ao registrado no primeiro trimestre de 2024, que foi um prejuízo de R$ 29,2 milhões.

Segundo a companhia, o indicador ainda reflete desafios estruturais, mas o aumento do faturamento e o avanço nas margens apontam para uma tendência positiva no médio prazo. A melhora nas entregas e a agilidade logística têm colaborado para um cenário mais otimista.

Outras receitas e aplicações financeiras também impulsionam resultado

Além do bom desempenho operacional, a Boa Safra (SOJA3) viu crescer as receitas provenientes de outras culturas e serviços, com alta de 63,3%. Também houve avanço relevante nas receitas financeiras: os descontos por antecipação passaram de R$ 396 mil para R$ 6,4 milhões, enquanto os ganhos com aplicações aumentaram de R$ 11,4 milhões para R$ 18,2 milhões, na comparação anual.

Análise da XP e relevância para o Fiagro SNAG11

Analistas da XP Investimentos destacaram o desempenho da Boa Safra como positivo e em linha com a estratégia da empresa de diversificar culturas. A ausência de gargalos na produção de sementes e o ritmo acelerado de comercialização também foram apontados como fatores decisivos para os bons resultados.

Outro ponto de destaque é que a empresa é emissora do principal CRI do Fiagro SNAG11, da Suno Asset. O papel é lastreado em cédulas rurais de clientes da Boa Safra e representa 54,99% do patrimônio líquido do fundo, com zero inadimplência registrada até agora — um fator que reforça a confiabilidade da companhia no mercado financeiro.